Um nó daqueles bem apertados e difíceis de desatar é no que se transformou a greve da educação na Bahia. Nesta sexta-feira (20), os professores reunidos na Assembleia Legislativa decidiram resistir à ordem judicial de desocupação.
O movimento não chegará mais a lugar algum e não há vencedores, porém o maior derrotado se chama Jaques Wagner, que incinerou a própria biografia de sindicalista e carbonizou a imagem de gestor. Wagner ganhou fama de negociador hábil como ministro das Relações Institucionais do governo Lula, antes de ser eleito para o comando do Estado. Das duas uma: ou desaprendeu ou desenvolveu a capacidade de negociar apenas com aquelas figuras de Brasília para as quais os instrumentos que convencem são outros que não o diálogo.
Wagner prometeu o que não poderia cumprir e se enrolou ao longo das negociações. Em certo momento, adotou a estratégia de jogar a sociedade contra o movimento grevista, mas a ação teve efeito contrário para o governo. Por onde andou nos últimos meses, o governador teve recepções lamentáveis, que ele nunca irá esquecer. E não eram apenas professores que lhe dirigiam vaias e desaforos. Era a sociedade como um todo.
Nesta sexta, ficou claro que a greve dos mais de 100 dias perdeu o controle. A vice-coordenadora da APLB, Marilene Bretos, chegou a ser vaiada quando insinuou que seria o caso de começar a discutir o fim da paralisação. O presidente Rui Oliveira ficou calado. O governador jogou a toalha. Os estudantes, que em tese teriam na educação um meio de ascensão social e conquista da cidadania, assistem atônitos ao que se passa. Este 2012 entra para a história da Bahia como um ano de derrota para a educação e para o governo, que recorreu à bravata, inviabilizou o diálogo e perdeu o controle da situação. Aliás, não perdeu. Não o teve em momento algum.
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