O ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentou nesta terça-feira (31) um balanço do desempenho da indústria automotiva após a decisão do governo de isentar a cobrança do Imposto sobre Produtos industrializados (IPI) incidente sobre a fabricação de veículos. E aproveitou para afirmar que o Planalto não deve manter a isenção. “Não está em cogitação a manutenção da redução de IPI a partir de agosto. A redução vai até 31 de agosto e está mantida”, disse.
Segundo Mantega, o Brasil deve registrar o melhor desempenho de vendas de automóveis para um mês de junho neste ano, com cerca de 360 mil veículos. “Em maio resolvemos reduzir o IPI em função da queda nas vendas que estava ocorrendo e aumento do estoque, o que poderia resultar em demissões. Estávamos preocupados com a continuidade da indústria automobilísticas, que é importante para economia brasileira”, disse o ministro. “Foram 280 mil veículos vendidos em maio. Do ponto de vista internacional é muito alto, mas mostrava que a indústria nacional estava declinando. Em junho, as vendas foram 353 mil veículos, houve um crescimento forte”, afirmou.
O aumento nas vendas foi acompanhado pela elevação no número de empregos criados pelo setor automotivo, segundo números apresentados pela Anfavea a Mantega. As montadoras teriam ampliado de 144 mil para 146,9 mil o número de trabalhadores contratados. “Fizemos um pacto [pelo emprego quando concedeu isenção de IPI]. A indústria se comprometia a manter o emprego e até aumentá-lo, além manter os investimentos”, recordou o ministro.
GM irá contratar 2 mil
A afirmação foi dada em entrevista convocada às pressas na Fazenda, após reunião de Mantega com Luiz Moan, vice-presidente da associação das montadoras (Anfavea) e diretor de assuntos institucionais da General Motors.
A decisão da GM de eliminar 1,5 mil postos de trabalho em uma das oito fábricas mantidas em São José dos Campos foi o tema da conversa, na qual Moan assegurou que montadora mantém previsão de contratar 2.063 trabalhadores até o final deste ano. O efetivo se somará aos 1.848 contratados pela GM de janeiro de 2008 a junho de 2012, quando iniciou um plano de realocação de investimentos no país. “Reafirmamos ao ministro a manutenção do nível de emprego”, disse o diretor.
Mantega ressaltou que não cabia à Fazenda interferir no processo de fechamento da unidade fabril pela GM no interior de São Paulo. “Não nos cabe administrar conflitos trabalhistas específicos”, disse.
O titular da Fazenda também afirmou que “a economia brasileira já está se aquecendo”, projetando crescimento acelerado no segundo trimestre,e que “os trabalhadores brasileiros não estão sentindo que está acontecendo uma crise internacional”, em referência aos efeitos da turbulência global.
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