terça-feira, 31 de julho de 2012

11 tartarugas morrem em um mês no litoral


Biólogo Bruno Stefanis trata dos animais que sobrevivem à poluição das praias de forma voluntária

Biólogo Bruno Stefanis trata dos animais que sobrevivem à poluição das praias de forma voluntária
Maceió é a capital conhecida internacionalmente pelas belas lagoas e mares, mas pouco se fala nessa dimensão sobre os índices de mortalidade das espécies marinhas vítimas da poluição. Diante da grande demanda, o Instituto Biota, criado em 2009, passou a fazer o levantamento de espécies marinhas encalhadas no litoral da capital, bem como seu resgate, contando com uma equipe de estudantes e profissionais voluntários.
Desde o dia 29 de junho, o instituto registrou a morte de 12 animais aquáticos, sendo um lobo-marinho, encontrado ainda com vida na última quarta-feira, e mais 11 tartarugas. Só no último final de semana, três carcaças de tartarugas marinhas parcialmente mutiladas foram encontradas na Praia de Tabuba, Litoral Norte de Maceió.
O biólogo e presidente da ONG, Bruno Stefanis, ressalta que um dos principais motivos da mortalidade dessas espécies tem a ver com a pesca predatória e a poluição pelos próprios banhistas e empreendedores.
“Quando nós vamos fazer uma necropsia de alguma espécie, na maioria das vezes, detectamos pedaços de plástico, lixos humanos que não foram digeridos pelo organismo do animal. As fezes viram uma espécie de pedra e comprometem o sistema digestivo”, explica o biólogo.
Segundo Stefanis, o tratamento das tartarugas marinhas que são encontradas encalhadas e doentes é de difícil reversão.
O levantamento do instituto aponta que desde sua fundação, foram 117 encalhes de três espécies de tartaruga, porém 12 foram resgatadas com vida, e dessas 12, somente três sobreviveram após o tratamento. “É um número muito baixo, mas estamos fazendo aqui um trabalho de levantamento que antes não era feito no Estado”, falou Bruno.
A ligação da morte das tartarugas com o lixo não é à toa. Vence a Praia da Jatiúca, com a morte de 14 Tartarugas Verdes, do total de 85 casos registrados no Estado, desde 2009. Quanto à espécie Oliva, a Praia da Pajuçara registrou seis mortes, de 26 constatadas ao todo.

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