quinta-feira, 26 de julho de 2012

Presidente de CPI considera novo depoimento de Cachoeira desnecessário


Vital do Rêgo (PMDB-PB), durante discurso em plenário antes do recesso  parlamentar
Vital do Rêgo (PMDB-PB), durante discurso em plenário antes do recesso parlamentar
O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI mista que investiga as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários, descartou nesta quinta-feira (26) a necessidade de uma nova convocação de Cachoeira para falar à comissão.
Nesta quarta (25), o contraventor se negou a responder as perguntas feitas pelo magistrado Alderico Rocha, que comandou a audiência, em Goiânia, do processo da Operação Monte Carlo, no qual Cachoeira e outros sete são réus. Cachoeira é acusado de comandar uma rede ilegal de jogos de azar no estado de Goiás.
"Não vejo motivo para, dentro de tudo que foi feito ontem [quarta], fazer uma nova convocação sem antes ter um compromisso da defesa. Se em juízo, em uma audiência de instrução, em que após o juiz vai dar uma sentença, ele permaneceu em silêncio, não temos motivos para tentar trazer ele novamente à CPI", disse o senador.
Cachoeira já esteve na CPI Mista no dia 22 de maio, mas diante da negativa em responder as perguntas dos parlamentares, a sessão foi encerrada. Na ocasião, o contraventor chegou a dizer que "ajudaria" a CPI após a audiência na Justiça Federal de Goiânia. "Eu ajudaria muito, deputado, mas somente depois da minha audiência. Por enquanto, ficarei calado, como manda a Constituição", declarou Cachoeira.
Diante da declaração, alguns parlamentares chegaram cogitar a possibilidade de colocar em votação um requerimento pedindo uma nova convocação do contraventor, mas o presidente considera desnecessário. Mesmo assim, o requerimento ainda poderá ser votado.
"Seria mais uma vez ineficaz trazer ele aqui. [...] A CPI não tem de procurar o Cachoeira para falar. Não dependemos dele para o andamento dos trabalhos", disse o senador.
Novos depoimentos
A CPI já marcou para o próximo dia 7 de agosto o depoimento de Andressa Mendonça, atual mulher de Cachoeira. No dia 8, será a vez de Andréa Aprígio, ex-mulher do contraventor, prestar depoimento. Segundo a Polícia Federal, as empresas de Cachoeira estão no nome de Andréa, mas seriam comandadas pelo contraventor.
O segundo depoimento previsto para o dia 7 de agosto é do policial federal aposentado Joaquim Gomes Thomé Neto. Ele é apontado como suspeito de realizar escutas telefônicas clandestinas para o grupo do contraventor. No dia 8, além de Andréa, está previsto o depoimento de Rubmaier Ferreira de Carvalho, que é apontado pela Polícia Federal como contador de uma das empresas participantes do grupo de Cachoeira.
Segundo Vital do Rêgo, ainda na próxima semana devem ser divulgadas as datas dos depoimentos do ex-diretor da Construtora Delta Fernando Cavendish, e do ex-diretor do Dnit Luiz Antônio Pagot. Os depoimentos, segundo o presidente, devem ocorrer na terceira semana do mês de agosto. Segundo a Polícia Federal, a Delta é suspeita de ter recebido dinheiro de empresas de fachada ligadas ao esquema do contraventor.
"Ainda no mês de agosto eles [Cavendish e Pagot] virão à CPI. Acho que eles virão com o espírito de colaboração. O Cavendish vai ter todo o espaço para se defender sobre o que se falou da Delta [...] Antes de trazer coisas novas, ele tem de se posicionar, especialmente sobre a posição da Delta no processo", disse o senador.

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