Disparos israelenses mataram um jovem palestino e feriram outros 25 na zona leste da Faixa de Gaza nesta sexta-feira (23), dois dias depois de entrar em vigor o cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino Hamas. A informação foi dada pelo porta-voz do Ministério da Saúde da Palestina, Ashraf al Qedra.
O exécito de Israel confirmou os disparos, mas afirmou que o fizeram contra "vários grupos de manifestantes" que tentaram derrubar a cerca que separa ambos os territórios. "Esta manhã, cerca de 300 palestinos se aproximaram da cerca fronteiriça em diferentes pontos do sul da faixa, provocaram desordens, tentaram entrar em Israel e causaram danos na cerca", disse um porta-voz militar.
"Os soldados atuaram de acordo com as ordens, dispararam para o ar em sinal de advertência e quando viram que os manifestantes não se afastavam atiraram em suas pernas", afirmou. Testemunhas disseram que um grupo de agricultores das aldeias de Al Garara e Abasan foi esta manhã a suas terras perto da fronteira com Israel e que soldados abriram fogo contra eles.
Médicos disseram que Anwar Qdeih, de 23 anos, foi atingido na cabeça por disparos israelenses depois de tentar colocar uma bandeira do Hamas sobre a cerca que separa Gaza de Israel. Soldados israelenses teriam disparado para o ar três vezes antes de atingir o jovem na cabeça.Israel afirma ainda que um dos palestinos que participou dos protestos conseguiu inclusive "abrir passagem através da cerca e entrar em Israel", onde foi detido e pouco tempo depois devolvido a Gaza.
Por conta do incidente, líderes do Hamas anunciaram que apresentarão ao Egito uma queixa contra Israel, na primeira denúncia de violação do cessar-fogo desde que foi declarado nesta quarta-feira (21). "Nós entraremos em contato com o mediador egípcio para discutir o incidente", disse o porta-voz do grupo, Sami Abu Zuhri.
O Egito é mediador do cessar-fogo, que aconteceu depois de oito dias de bombardeios em Gaza e ataques com foguetes contra povoados israelenses, causando 166 mortos na faixa e seis em Israel.
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