domingo, 25 de novembro de 2012

Dilma determina afastamento de todos os servidores indiciados na operação

A presidente Dilma Rousseff determinou, neste sábado (24), o afastamento da chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, e do advogado geral da União adjunto, José Weber Holanda Alves, acusados de corrupção. De acordo com o Palácio do Planalto, eles e todos os indiciados na operação Porto Seguro, da Polícia Federal, devem ser afastados ou exonerados de suas funções.

Apesar de a nota determinar inicialmente o afastamento, há informações de que Rosemary vai pedir a exoneração do cargo.

Em nota divulgada pela Presidência, fica determinado que “todos os órgãos citados no inquérito deverão abrir processo de sindicância. No que se refere aos diretores das Agências, foi determinado o afastamento, com abertura do processo disciplinar respectivo”.

 O afastamento dos acusados foi divulgado logo depois de uma reunião de urgência nesta manhã entre a presidente Dilma, as ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o advogado-geral da União, Luís Adams, no Palácio da Alvorada.

Os ministros se reuniram para discutir as medidas que seriam adotadas depois que as denúncias de que uma organização criminosa está infiltrada na máquina federal vieram à tona.



Investigações

A operação Porto Seguro foi deflagrada nesta sexta-feira (23), em São Paulo. A PF (Polícia Federal) apreendeu documentos do gabinete do número dois da AGU (Advocacia-Geral da União), que fica no mesmo andar da sala de Adams, em Brasília, e no escritório da Presidência em São Paulo.

Além disso, foram realizadas buscas e apreensões na ANA (Agência Nacional de Águas), no MEC (Ministério da Educação), na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, na AGU e na Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).  No total, foram apreendidos 18 malotes de documentos.

A PF também cumpriu três mandados de prisão e duas conduções forçadas em Brasília, e realizou buscas em 18 endereços. Os agentes apreenderam discos rígidos de computador, mídias digitais e documentos, que passarão por análise técnica.

A superintendente regional da PF em São Paulo informou que a investigação teve início em março de 2011, quando um servidor do TCU (Tribunal de Contas da União) procurou a polícia para denunciar o esquema de compra de pareceres técnicos de diversos órgãos públicos, que serviam para favorecer empresas que mantinham algum tipo de contrato com órgãos públicos e que dependiam dessa documentação.

O servidor do TCU contou que foi procurado por um empresário que lhe ofereceu R$ 300 mil por um parecer. Ele aceitou parte do dinheiro, R$ 100 mil, mas depois se arrependeu, devolveu o dinheiro e denunciou o caso.

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