Em 2011, a população feminina que exercia alguma atividade formal no país tinha em média 10,7 anos de tempo dedicado ao estudo, contra 9,2 anos entre os homens. No trabalho informal, a média era 7,3 anos e 6,1 anos, respectivamente. Os dados fazem parte da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais:Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira 2012, divulgada nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, as mulheres que atuam no mercado de trabalho a partir dos 16 anos de idade apresentam uma escolaridade média superior à dos homens, em mais de um ano, tanto no trabalho formal quanto no informal. Nas regiões Norte e Nordeste, as mulheres apresentaram as maiores médias de anos de estudo no mercado formal e, em contrapartida, as menores no trabalho informal. O IBGE afirma, porém, que a interpretação do resultado “merece certo cuidado”, pois não significa que essas regiões tenham maior escolarização média. Norte e Nordeste concentram a maior parcela de trabalhadores informais e apresentam as menores médias de anos de estudo. Na avalialiação do instituto, o resultado é reflexo, de um lado, da maior oferta de empregos precários e, de outro, da baixa qualificação da população. "No caso do emprego formal, como essas regiões apresentam baixa formalização, pode-se afirmar que as mulheres mais qualificadas estão no emprego formal. Isto é, dada a reduzida oferta de postos de trabalho formais nessas duas regiões, a competição faz com que esses postos sejam ocupados pelos mais qualificados.”
Além de terem mais tempo de estudo no mercado de trabalho, o tempo dedicado às tarefas domésticas pelas mulheres tem crescido. De 2006 a 2011, houve aumento, entre elas, de 1,3 hora por semana tomado pelos afazeres do lar. Considerando-se apenas as que trabalham, de acordo com a pesquisa, as brasileiras gastaram, em média, 22,3 horas semanais com essas atividades, contra 10,2 horas médias dedicadas pelos homens - diferença que representa mais que o dobro de tempo. Quando também considerada a população que não está inserida no mercado de trabalho, esse tempo salta para 27,7 horas semanais entre as mulheres e 11,2 entre os homens.Dedicação ao lar
Segundo o IBGE, o aumento do tempo dedicado pelas mulheres às tarefas domésticas pode ser atribuído à menor oferta de trabalhadores domésticos e ao aumento real do rendimento da categoria, acima do verificado em outras atividades, o que dificulta a contratação desse tipo de serviço. “Com efeito, pode-se afirmar que, apesar da participação conjunta de homens e mulheres no mercado de trabalho, não há uma divisão equânime das tarefas domésticas, cabendo às mulheres a responsabilidade pela maior parte desse tipo de trabalho”, diz o estudo.
A pesquisa mostra ainda que o trabalho doméstico informal vem caindo gradativamente, mas ainda é realidade para 6 milhões de brasileiras. Em 2006, essas trabalhadoras somavam 6,2 milhões. Segundo o IBGE, essa redução do número de trabalhadoras domésticas “é resultado de vários fatores, como o aumento da escolaridade das mulheres e da oferta de postos de trabalho no setor de serviços”.
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