O relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, não gostou de ver o revisor da ação, ministro Ricardo Lewandowski, se manifestar a favor do desmembramento do processo.
A questão começou a ser discutida depois que o ex-ministro da Justiça, Thomaz Bastos, pediu que os réus que não são políticos sejam julgados em primeira instância e não pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Joaquim Barbosa votou contra o pedido e afirmou que a Suprema Corte discutiu a questão durante uma tarde inteira e seria irresponsabilidade voltar a debater o assunto.
No entanto, Lewandowski discordou do colega e disse que se sentia muito à vontade em se manifestar a favor da divisão do processo. Ele alega que os réus que não têm foro privilegiado podem ser julgados pela Justiça comum. Joaquim Barbosa ficou irritado.
— O senhor foi revisor do processo, deveria ter se manifestado no início, antes de armarmos tudo isso. Isso é deslealdade com o papel de revisor.
Lewandowski se mostrou ofendido com a palavra "deslealdade", usada por Barbosa.
— Me parece que é esse é um termo muito forte e que este será um julgamento muito tumultuado.
O presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, precisou intervir para encerrar a discussão. Em determinado momento ele chegou a aumentar o tom de voz, mesmo usando o microfone, porque não estava sendo ouvido pelos ministros que continuavam discutindo.
O desmembramento do processo ainda está em análise. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, já se posicionou contra o pedido.
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