Quem conversa com a prefeita Karina Silva (PSB), de Amargosa, não imagina que tanta tranqüilidade e até alguma timidez possa militar na normalmente tensa política do interior do estado. Com um tom de voz conciliador, em que parece inexistir a "pilha" típica do político das regiões mais afastadas da capital, a gestora garante que no município a política é feroz. Para quem vem de fora é impossível saber com certeza. Porém, por conta de um detalhe, certamente ela é complexa.
Aliados históricos há décadas, o PSB da prefeita e o PT são de lados totalmente opostos em Amargosa e a briga costuma render bastante. A prefeita conta que, após derrotar os petistas no pleito do ano passado, teve de lidar com grandes problemas herdados da administração anterior. Como ocorreu em diversas outras cidades, o ex-prefeito Valmir Sampaio (PT) deixou muitas dívidas com salários não-pagos no final da administração, saldos com fornecedores e, especialmente, falta de repasses de INSS.
“Fizemos um financiamento após recebermos ajuda. Parcelamos e estamos pagando religiosamente na data correta. É um compromisso que não abro mão”, repete Karina. A vereadora Viviane Santana (PR), a mais votada do município, garante que a oposição apostou no insucesso da festa este ano e tentou usar as dificuldades de caixa municipal como trunfo político. Para ela, foi um contrasenso o grupo petista usar o fato a seu favor, uma vez que foi exatamente o responsável por deixar a prefeitura nas mãos da socialista em uma situação de fragilidade.
A prefeita afirma categoricamente que faz parte da base do governo Wagner e que em nenhum momento sua desavença com os petistas locais a faz imaginar abandonar esta condição. Exatamente por isto, garante ter tido transito livre para negociar benefícios na parceria com a Bahiatursa que gerou o investimento estadual no São João. Além disso, cita também que o governo já enviou a Amargosa obras estruturantes que em breve deverão ser iniciadas.
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