quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Ex-gari, ganha papel de destaque em ‘Suburbia’


Foto: Felipe Hanower
— Foi uma coisa de louco. Eu estava lá dando a minha varridinha quando o cara apareceu dizendo que era da emissora — lembra ela, sobre o encontro que a deixou desconfiada: — Estava com o uniforme e fiquei pensando: "O que ele tá querendo comigo?". Como eu não estava muito arrumadinha para tirar foto, marquei de encontrá-lo no baile do Viaduto de Madureira.
À noite, a Gata Borralheira virou Cinderela. Mas, como manda a regra do subúrbio, a princesa era moça de família.
— Graças a Deus fui ao baile. Mas não acreditava nele, então nem fui muito nua. Usei uma calça larguinha e ele tirava foto de todo mundo — lembra.
Um mês depois, o telefone tocou e era hora de fazer o teste de vídeo no Projac.
— Eles me ligaram e me mandaram gravar uma fala. Na sala da espera toda hora chegava mais mulher, uma mais bonita que a outra, com uns pernões... — diverte-se.

Mas na disputa do borogodó venceu o dela. A experiência como passista da Mocidade e presidente de ala no Império Serrano lhe conferem atributos de sobra para encarnar Jéssica, bicampeã do concurso Miss Subúrbio. A personagem inferniza a vida de Conceicão (Erika Januza), que vem de Minas para ser vizinha dela em Madureira.
— Quando aparece uma mulher querendo o lugar dela, ela apronta, porque gosta de poder — diz Pérola, que não vê a hora de surfar na onda das vilãs que caem no gosto do público: — Ela é divertida, devassa.
Nascida em São João de Meriti, a jovem de 26 anos faz planos para a carreira.
— É muito mais difícil ser atriz do que gari. Por isso, quero estudar, me aprimorar — planeja ela, que mesmo tendo a acompanhia do namorado, Kelmer Loiola, figurante do seriado, desfaz um mito: — Não sei se ele vai gostar das minhas cenas. Jéssica quase não usa roupa e esse negócio de beijo técnico é para quem é mocinha (risos).
História de amor e de dor no subúrbio
"Suburbia" será exibido às quintas-feiras, sempre após "Como aproveitar o fim do mundo", que também estreia amanhã. O seriado, desenvolvido pelo diretor Luiz Fernando Carvalho e pelo escritor Paulo Lins, conta a história de Conceição (Erika Januza). Ainda menina, ela abandona a família e a vida miserável em uma carvoaria no interior de Minas e foge para o Rio. Ao chegar à Cidade Maravilhosa, é confundida com uma trombadinha e é levada por policiais para uma instituição de menores.
Ao escapar de lá é quase atropelada por Sylvia (Bruna Miglioranza), que a leva para trabalhar como doméstica em sua casa. Os anos passam, Conceição cresce e foge de novo, desta vez, do assédio do namorado da patroa.
Em Madureira, ela conhece Cleiton (Fabrício Boliveira) por quem se apaixona. Por sua beleza, chama a atenção de um empresário que a convida para fazer parte de um grupo de funk. Logo, ela conquista o concurso de Miss Subúrbio desbancando Jéssica. Ali nasce uma rivalidade que vai durar os oito episódios da trama.


Passista da Mocidade, Ana Pérola trabalhou na Comlurb até ser descoberta

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