domingo, 5 de agosto de 2012

Namorado é considerado artigo de luxo para belo-horizontinas


Jovens da capital reclamam da escassez de homens e da dificuldade em encontrar um parceiro
Jovens da capital reclamam da escassez de homens e da dificuldade em encontrar um parceiro
A concorrência é desleal. Um levantamento feito pelo último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2010, revelou que a diferença entre os sexos na capital mineira é assustadora: são 150 mil mulheres a mais que homens, o equivalente à população total de Poços de Caldas. Na faixa dos 15 aos 29 anos, fase em que geralmente os casais se unem, o número cai para 16 mil. Mesmo assim, a redução não é animadora.  
— Com um número grande de mulheres bonitas e interessantes, o homem vai para o mais fácil. Como tem muita mulher, fica mais fácil para o  homem, ele não precisa procurar, se desgastar tanto.
A fala é de uma jovem de 20 anos que, tão nova, já se vê perdida nesse mar de mulheres que é BH. Nem mesmo estudar engenharia, um curso em que a maioria dos estudantes é homem, ajuda Manuela Tiradentes. 
— Eles te vêem como amiga. Apesar de ter muito homem, é difícil. Os homens daqui estão a fim de pegar alguém, vão para balada, escolhem a mulher mais bonita, que tem corpo melhor, e ficam. Se estiverem afim, continuam por um mês e depois param. É difícil ter alguém para conquistar.
Além de perceber uma grande número de mulheres disponíveis na cidade, Renata Rebuitti, de 19 anos, ainda ressalta a beleza das mineiras, o que acirra mais ainda a concorrência. Solteira há um ano e meio, a estudante de medicina acha que o grande problema é a falta de atitude dos mineiros, que "ficam lá parados. Quando resolvem tomar uma atitude, fazem algo fraco, não chegam para conversar, são muito parados".
— Minhas colegas de outros estados ficam horrorizadas porque os homens daqui são muito devagar. Acham que estão podendo, aí não fazem nada mesmo. A mulher que tem que dar sinais para o cara, tem que ter atitude. Aqui, você tem que demonstrar que está interessada, senão ele vai ficar no canto dele para sempre.
Nada sério
O problema não é conseguir um cara na balada em BH, segundo a estudante de matemática Franciane Mayla. A jovem de 22 anos diz que ficar sem compromisso é fácil, a grande dificuldade é levar um relacionamento adiante. 
— Eu acho que o grau de dificuldade está especificamente no que as meninas querem. Os meninos não estão atendendo os pedidos das meninas. Na faixa etária dos 20, eles não pensam nisso. Elas amadruecem mais rápido, e eles não querem.
Com tanta mulher na pista, Franciane também acha que as mineiras estão fáceis, e os "meninos generalizaram isso, não levam nada a sério. As meninas ficam prejudicadas para ter um relacionamento sério.  Quando a menina tenta estender, eles ficam recuando, receosos".

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