Divisão de bens. Esse teria sido o motivo que levou a professora Ana Cleide Caldas, 56 anos, a discutir e deflagrar um tiro no empresário Alberto Ramos Moreira, 58, na noite do último domingo (27), na casa do casal que fica localizada em um condomínio de luxo, no bairro Jardim Placaford, em Salvador.
Alberto morreu no local. Ana terminou fugindo, mas se apresentou na quarta-feira (30), em companhia de um advogado, ao Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). Para o delegado Juvêncio Menezes, que investiga o caso, a acusada confessou o crime e em depoimento disse que sofria ameaças e agressões.
“Ela disse que ele (Alberto) chegou embriagado e a ameaçando de morte. Ele tinha a chave da casa e uma arma. Houve violência e luta corporal. Ela pegou a arma que caiu e, para se defender, terminou atirando”, contou o delegado. “Ela apresenta marcas de agressão no rosto e afirma que o autor foi o Alberto”, disse Menezes.
Segundo informações de pessoas ligadas a família, a relação entre Ana e Alberto sempre foi considerada conturbada. Relato de agressões - registrados em delegacia -, discussões e brigas judiciais pautavam a vida do casal que estava se separando.
Ana morava em companhia de uma amiga, que presenciou o crime, em Placaford. Alberto saiu de casa e estava em um flat alugado no Corredor da Vitória. Quando decidiram se separar, o maior entrave estava na divisão dos bens da família. Alberto não aceitava as condições estabelecidas por Ana e as discussões foram se tornando cada vez mais frequentes.
Segundo o comandante da 15ª Companhia Independente da PM (Itapuã), major Borges, a denúncia do assassinato foi registrada via Central de Polícia (Centel). Quando a equipe chegou ao local, Alberto já estava morto. A arma, uma Magnum 375 foi encontrada ao lado do corpo.
Ana Cleide e Alberto têm três filhos que serão ouvidos pelo delegado. Um segurança do condomínio e a amiga de Ana também estão sendo aguardados no DHPP. O corpo de Alberto foi sepultado na manhã de terça-feira (29), no cemitério Jardim da Saudade, em Brotas.
Alberto era proprietário de uma empresa de empréstimos consignado no bairro do Comércio. Ana Cleide vai responder pelo crime de homicídio em liberdade. “Não existe necessidade para representar pela prisão dela. Tem residência fixa e é réu primaria”, explica o delegado. O caso está sendo tratado como crime passional.
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