A presidente Dilma Rousseff decretou neste domingo (27) luto oficial de três dias devido às 233 mortes ocorridas no incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), informou a assessoria de imprensa da Presidência da República.
A edição desta segunda-feira (28) do "Diário Oficial da União" deverá trazer a publicação do decreto. Durante o período de luto, a bandeira nacional deve ser hasteada em meio mastro em todas as repartições públicas, estabelecimentos de ensino e sindicatos.
O decreto presidencial nº 70.274, de 1972, que regula as normas do cerimonial público, prevê que, no caso de falecimento de autoridades civis ou militares, o governo pode decretar luto de, no máximo, três dias.
Dilma retornou ao Brasil às pressas neste domingo para comandar, in loco, as ações do governo federal no incêndio de Santa Maria. A chefe de estado brasileira participava desde sábado (26), na capital do Chile, de um encontro de cúpula de países latino-americanos e europeus.
Por volta das 14h, Dilma compareceu ao Hospital de Caridade de Santa Mariax, onde visitou feridos do incêndio na boate Kiss. Após passar pelo hospital, a comitiva presidencial se dirigiu ao ginásio do Centro Desportivo Municipal, onde está ocorrendo o reconhecimento dos corpos das vítimas da tragédia.
Dilma conversou com alguns familiares que aguardam para fazer o reconhecimento dos corpos, mas, muito emocionada, logo deixou o local sem falar com a imprensa.
Agenda cancelada
Ao ser informada por auxiliares, na manhã deste domingo, sobre a extensão da tragédia no Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff mandou cancelar todos os compromissos do dia previstos em sua agenda oficial em Santiago do Chile.
Ao ser informada por auxiliares, na manhã deste domingo, sobre a extensão da tragédia no Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff mandou cancelar todos os compromissos do dia previstos em sua agenda oficial em Santiago do Chile.
Segundo a assessoria da Presidência, entre os compromissos cancelados por Dilma estavam encontros bilaterais com os presidente de Argentina, Letônia e Bolívia.
Antes de embarcar de volta ao Brasil, a presidente entrou em contato com integrantes do primeiro escalão para determinar que todos os ministros ficassem de prontidão para auxiliar no atendimentos às vítimas do incêndio e seus familiares.
De acordo com a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, Dilma também ordenou, direto do Chile, que uma equipe de técnicos e peritos federais viajasse nesta tarde de Brasília para o Rio Grande do Sulx para auxiliar nos trabalhos de identificação dos mortos.
Em declaração à imprensa em Santiago, Dilma chegou a chorar ao lamentar as mortes de mais de 200 pessoas no incêndio da boate Kiss.
"Eu queria dizer à população do nosso país e de Santa Maria o quanto, nesse momento de tristeza, estamos juntos. E necessariamente iremos superar, mantendo a tristeza", disse a presidente com a voz embargada.
Repercussão política
Assim que começaram a circular as primeiras informações sobre a tragédia deste domingo no Rio Grande do Sul, uma onda de manifestações de autoridades, políticos e personalidades públicas tomou conta das redes sociais e da internet.
Assim que começaram a circular as primeiras informações sobre a tragédia deste domingo no Rio Grande do Sul, uma onda de manifestações de autoridades, políticos e personalidades públicas tomou conta das redes sociais e da internet.
O vice-presidente da República, Michel Temer, foi um dos integrantes do governo federal que prestou solidariedade às vítimas do incêndio pela rede mundial. Em nota oficial, Temer relatou ter conversado com o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, seu correligionário do PMDB, para transmitir seu "pesar" pelo incidente.
“Todo o povo brasileiro se solidariza nesta hora trágica com o Rio Grande do Sul. Por telefone, transmiti ao prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, meu pesar por este lamentável acidente que retirou a vida de tantos jovens gaúchos. Expresso minha solidariedade também aos familiares das vítimas", escreveu.
Em nota aberta ao governador gaúcho Tarso Genro, o presidente do Senado, José Sarney(PMDB), afirmou estar profundamente chocado com a tragédia de Santa Maria.
"Minha primeira reação é de dirigir-me ao ilustre governador e, através de sua pessoa, manifestar ao povo do Rio Grande do Sul, às famílias das vitimas e a seu governo minha profunda solidariedade neste momento de sofrimento que ultrapassa as fronteiras do seu estado e atinge e comove todo o povo brasileiro", disse Sarney na carta oficial.
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