O ex-deputado federal Luiz Bassuma (PMDB) estava isolado, no cantinho do Santuário de Irmã Dulce, participando da missa que comemorou o aniversário do prefeito de Salvador ACM Neto, mas foi descoberto pela reportagem do Bocão News e falou de política enquanto o padre Alberto falava de Deus. Ele revelou que recentemente recebeu uma ligação da ex-senadora Heloísa Helena (PSOL) para que participasse da criação do novo partido da ambientalista Marina Silva, mas condicionou o apoio.
Ele conta que argumentou com Heloisa que, para entrar nas fileiras da nova legenda, não abriria mão de cláusula na qual o partido assumisse a defesa da vida, o que significa, em termos práticos, instituir que é contra o aborto. Entretanto, ele acredita que isto não acontecerá. “Eu tenho mais contato com Heloisa e já disse a ela que transmitisse esta informação a Marina, mas eu acho sinceramente que eles não vão assumir a defesa à vida. É uma pena”, lamenta Bassuma.
A defesa intransigente do direito à vida foi exatamente o que levou o ex-deputado a tomar a decisão final de abandonar o PV ao final das eleições de 2010, as quais disputou entre os verdes como candidato ao governo. Bassuma não quis comentar, no caso do novo partido aceitar sua condição, que posição assumiria na Bahia: se de mero filiado ou presidente estadual da sigla. Preferiu dizer que estava fora do processo, mas não deixou de avaliar a saga de Marina em busca de formar uma nova força política.
Segundo ele, a espera da ambientalista para decidir se faria ou não o esforço de criar um novo partido foi muito longa e, com isto, perdeu-se um ano de movimentações. Bassuma acredita que a ex-senadora não conseguirá formar o partido e conseguir assinaturas o suficiente para até o fim de setembro abrir a nova legenda. “Mas este é o estilo dela. Ela ouviu inúmeras pessoas até tomar esta decisão, mas de qualquer maneira é um processo complicado. Se na criação do PSD, que teve aquele apoio monumental, levou um ano para que ele fosse criado, imagine então com Marina”, comparou.
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