“No primeiro debate acho que Nelson Pelegrino estava meio desprevenido. Não sei o que aconteceu. Eu fiquei com a impressão de que ACM Neto se mostrou um candidato muito mais desenvolto, à vontade. Nos outros dois debates houve um equilíbrio disso. Diria que houve um equilíbrio no segundo. E neste terceiro foi quase que uma ancoragem”.
Sobre a realização do segundo turno, Paulo Fábio destaca outra característica interessante deste pleito. “Acho que esta eleição de Salvador desmentiu uma tese muito corrente de que o segundo turno é sempre uma nova eleição. Não foi. Aqui em Salvador a eleição do segundo turno foi um acirramento, uma radicalização de uma polaridade que se desenhou no primeiro turno”.
Outra avaliação que o pesquisador traz para o embate se refere à disputa pelos 475 mil votos que não foram dados nem para Neto, nem para Pelegrino. Aqueles dados para outros postulantes – Mário Kertész, Márcio Marinho, Rogério Da Luz, Hamilton Assis -, além dos nulos, brancos e abstenções. Estes eleitores vão desequilibrar a balança.
“A polarização que atingiu metade do eleitorado (ACM Neto teve pouco mais de 518 mil votos enquanto Pelegrino foi escolhido por 513 mil) no primeiro turno que foi o que deu a soma dos votos dos dois e no segundo turno a outra metade. Isto é diferente do que se costuma dizer que é outra eleição”.
Portanto, a discussão que se estabelece no tabuleiro eleitoral de que Neto teve mais votos em áreas consideradas nobres, enquanto o eleitorado de Pelegrino estaria concentrado nas periferias deve ser estendida para as zonas eleitorais nas quais os votos dos adversários majoritários foram computados.
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