Em uma atuação melhor do que na reestreia de Felipão contra a Inglaterra, porém ainda com muito a se corrigir, a Seleção Brasileira empatou com a Itália por 2 a 2 nesta quinta-feira, em Genebra. O time mostrou muita irregularidade no sistema defensivo, com os italianos aparecendo na cara de Júlio César em diversas oportunidades, mas pelo menos mostrou uma evolução no esquema ofensivo, com boa movimentação, principalmente, de Neymar, Oscar e Fred.
Apesar de não ter sido um resultado negativo, a equipe segue sem vencer um time de peso no futebol mundial, tabu que vem se arrastando desde a era do Mano Menezes. Depois de perder para Argentina (duas vezes), França, Alemanha e Inglaterra, a geração que vai disputar a Copa do Mundo de 2014 aumenta o número de partidas sem vitória, com o empate contra os vice-campeões da última Eurocopa e tetracampeões mundiais.
O Brasil volta a jogar na próxima segunda-feira, quando enfrenta a Rússia em Londres. Antes da convocação para a Copa das Confederações, a Seleção enfrenta Bolívia (convocação para jogo do dia 6 de abril será realizada ainda nesta quinta) e Chile (24 de abril) apenas com jogadores quem atuam no Brasil. Antes da estreia em casa, o time de Felipão ainda faz amistosos contra Inglaterra (2 de junho) e França (9 de junho).
Em campo, o Brasil mostrou os defeitos característicos de uma equipe ainda em formação, mas diferente dos outros clássicos mostrou sangue frio no primeiro tempo para não desperdiçar as chances que surgiram. Ainda no primeiro tempo, Fred e Oscar marcaram e deram esperança aos torcedores brasileiros.
Ambas as jogadas tiveram início nos pés de Neymar, que concluiu contra a seleção italiana seu melhor jogo contra um grande ou em uma decisão. O atacante chegou pressionado à Suíça por causa de sua fraca atuação na derrota para a Inglaterra e pela queda de rendimento no Santos. Por outro lado, a defesa mostrou muitas falhas, permitindo que os italianos finalizassem com liberdade.
O Brasil passou apertos já no início do primeiro tempo, quando em apenas seis minutos a Itália chegou com perigo duas vezes da mesma maneira: com lançamentos nas costas da lateral direita brasileira.
Neymar fazia apenas uma partida regular, mas mostrou o que mais cobravam dele: poder de decisão em uma partida complicada. Primeiro, aos 33min, ao dar um lançamento primoroso para Hulk. O atacante perdeu a bola em um primeiro momento, mas recuou para Filipe Luís, que cruzou nos pés de Fred. O atacante apareceu por trás da defesa e tocou de primeira para o gol, naquele que foi praticamente o seu toque inicial na bola.
O Brasil continuou levando sustos e contando com as defesas Júlio César, mas chegou ao segundo gol quando Neymar arrancou pelo meio e deu assistência para Oscar tocar na saída de Buffon aos 42min.
A Seleção foi para o intervalo contente com o resultado, mas a alegria acabou logo nos primeiros minutos da etapa final. Se no primeiro tempo a Itália via a mira de seus atacantes falhar, a situação mudou. Aos 8min, Montolivo cobrou escanteio, a bola passou pela grande área brasileira e De Rossi desviou para vencer Júlio César.
Três minutos depois, Balotelli igualou o placar: o atacante teve liberdade para o arremate, arriscou chute de fora da área e acertou o ângulo esquerdo. A situação fez com que Scolari fizesse suas primeiras alterações, sacando Oscar e Fred para as entradas de Kaká e Diego Costa.
A situação pouco melhorou para o Brasil. Os jogadores da Itália ainda contavam com muito espaço para trabalhar em frente à área da Seleção e Balotelli ficou perto de conseguir a virada aos 29min, mas Dante cortou a finalização. Scolari aproveitou os últimos minutos para fazer mais substituições, mas nada que ajudasse a criar oportunidades de gol.
Brasil 2 x 2 Itália
Gols: Fred, aos 31min, e Oscar, aos 41min do 1º tempo (Brasil) e De Rossi, aos 8min do 2º tempo, e Balotelli, aos 11min (Itália).
Brasil: Júlio César; Daniel Alves, Dante, David Luiz e Filipe Luís (Marcelo); Fernando, Hernanes (Luiz Gustavo) e Oscar (Kaká); Hulk (Jean), Fred (Diego Costa) e Neymar. Treinador: Luiz Felipe Scolari.
Itália: Buffon; Maggio, Barzagli, De Sciglio (Antonelli) e Bonucci; De Rossi (Diamanti) e Pirlo (Cerci); Gianccherini (Poli), Montolivo e Osvaldo (El Shaarawy); Balotelli (Gilardino). Treinador: Cesare Prandelli.
Cartões amarelos Hernanes, Fred e Filipe Luís (Brasil) e Maggio e Poli (Itália).
Árbitro: Stephan Studer (SUI)
Local: Estádio de Genebra, em Genebra (SUI)
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