O cabelo de uma jovem no interior do Piauí tem chamado atenção. As madeixas de Rosilene Rodrigues da Silva, 21 anos, medem 1 metro e 40 centímetros, quase a sua altura (1,58 m). Grávida de oito meses, a mulher que vive no povoado Zundão dos Camilos, localizado a 18 km da cidade de União, ao Norte do Estado, não corta o cabelo há 10 anos e agora pretende vendê-lo para comprar o enxoval da primeira filha. A ideia de ter o cabelo como algo rentável começou ainda na adolescência, quando Rosilene sentiu a necessidade de ajudar financeiramente os pais. Anos depois, sem conseguir vender os fios, a jovem começou a namorar e mudou o plano inicial. Sua intenção era construir uma casa, mas novamente a venda do cabelo fracassou. Com a gravidez, o propósito mudou e agora a intenção é comprar os utensílios para o bebê.
Para cuidar do cabelão Rosilene conta com a ajuda da mãe, a aposentada Maria Rodrigues Machado, 60 anos. Elas passam em média três horas para lavar e pentear todo o cabelo. Um frasco de xampu de 350 ml dura apenas uma semana, já que a jovem lava o cabelo a cada dois dias. Sem dinheiro para ir ao salão com freqüência, a hidratação dos fios é feita em casa. A jovem garante que nunca fez nenhuma química.
“É muito trabalhoso cuidar do cabelo dela. Às vezes fico com dor nas costas porque a gente tem que ficar em pé para poder pentear e lavar mecha por mecha”, disse a mãe de Rosilene.
A jovem conta que já percorreu alguns salões em Teresina em busca da melhor oferta, mas não conseguiu encontrar o preço que ela considera justo. O maior valor que ofereceram foi de R$ 900, mas Rosilene disse que suas madeixas valem mais de R$ 3 mil.
“Já vi na TV que as pessoas compram por até R$ 3 mil cabelos do tamanho do meu. Aqui eles querem pagar pouco e acabam colocando defeito, dizendo que o cabelo está mal cuidado. Se eu não encontrar um bom valor vou ter que vender pelo menos a metade do cabelo porque estamos precisando do dinheiro”, disse a jovem.
Casada, Rosilene divide a casa de taipa de três cômodos com o marido Evando Ferreira da Silva, 33 anos, que trabalha como agricultor e recebe em média R$ 620,00 por mês. O casal está ansioso para a chegada de Ana Bella, prevista para nascer na primeira semana de maio, mas até agora o enxoval da menina só tem apenas um pacote de fraldas descartáveis, um par de sapatinhos, um pente e três vestidinhos.
“O que tenho até agora foi o que ganhei. Quero vender o cabelo para comprar as coisas da bebê. Espero que eu consiga um bom valor até o nascimento da Ana Bella porque a situação não está fácil”, disse Rosilene. G1
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