segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Neto diz que tática de “chantagem” do adversário “não cola”




Em entrevista á Tribuna da Bahia desta segunda-feira (24), o candidato a prefeito ACM Neto (DEM), da coligação “É Hora de Defender Salvador”, tentou passar a imagem de tranquilidade e disse estar confiante de que vencerá o pleito, apesar de cogitar a hipótese de um segundo turno. Para Neto, na segunda etapa haverá chance de maior equilíbrio, pois os dois concorrentes terão o mesmo tempo de televisão e rádio.


Confirmando sua tese de que Salvador pode andar com as próprias pernas, o candidato afirmou: “No nosso plano emergencial, o que queremos fazer nos primeiros seis meses vamos fazer com os recursos que já existem hoje na prefeitura, exatamente revendo contratos, diminuindo os cargos de confiança, evitando o desperdício, fazendo sobrar. Com o que a prefeitura já arrecada hoje dá para custear, dá para alcançar e atender as necessidades emergenciais”.


Apesar de se apoiar neste pilar, o democrata garante que vai trabalhar em parceria com os governos estadual e federal para aplicar as chamadas verbas carimbadas: “Muitas dessas obras já estão carimbadas e garantidas e vão acontecer independentemente se o prefeito é ACM Neto, é Nelson Pelegrino ou Hamilton Assis, do PSOL. Não interessa o partido do prefeito. As obras que, por exemplo, compõem o PAC da mobilidade e o metrô estão dentro dessas obras, estão asseguradas, contratadas. (...) Da minha parte não haverá nenhuma dificuldade de manter uma boa relação com as duas esferas de governo”.


Questionado sobre como concretizar suas propostas a curto prazo para resolver problemas como o do trânsito e da orla de Salvador, ACM Neto salientou: “Para as ações urgentes e imediatas, nós vamos economizar com os recursos já existentes hoje. Nós vamos melhorar a qualidade da despesa pública, revendo contratos, diminuindo os cargos de confiança, evitando o desperdício e fazendo sobrar com o que existe hoje, fazendo atender as medidas emergenciais da cidade. Vamos começar logo no primeiro dia a operação tapa-buracos, limpeza urbana, melhoria na iluminação, Guarda Municipal trabalhando, câmera de videomonitoramento instalada, implantação do sistema de organização do trânsito. Essas são ações imediatas e serão feitas com os recursos que existem hoje”. Para melhorar a arrecadação, o candidato pretende modernizar a Secretaria da Fazenda, “que tem uma estrutura ainda da década de 80”.


Neto também ressaltou que vai trabalhar em harmonia com o Ministério Público, o Tribunal de Justiça e a Justiça Federal para resolver problemas como os do Aeroclube e da orla: “Eu vou conduzir como conduzi sempre em dez anos de atuação em Brasília. Eu quero montar um grupo permanente de discussão com o Ministério Público, com o Tribunal de Justiça, para não deixar acontecer o que aconteceu com a Louos, porque, se houvesse uma relação mais afinada, mais colaborativa, mais inteligente do Executivo com o Ministério Público, não teria chegado aonde chegou.


O candidato falou até sobre o que fará de diferente do prefeito João Henrique (PP): “A primeira coisa que eu faria é não permitir a divisão partidária dos cargos da prefeitura. Eu acho que esse é o ponto de partida. Eu tenho obrigação de trabalhar com os mais qualificados. Os cinco partidos que integram a minha coligação sabem que nenhum deles terá o direito de impor nomes ou de pleitear barganhas político-partidárias com o Executivo municipal. Vamos extinguir as atuais administrações regionais que servem apenas de cabides de emprego para indicações políticas de vereadores e ex-vereadores e vamos implantar estruturas técnicas de descentralização administrativa”. Neto ressalta que o 1º escalão da prefeitura está inchado e que pretende “diminuir os cargos de confiança de todos os órgãos da prefeitura em 30%”.


Sobre as conversas com o PMDB caso vá para o 2º turno com o candidato Nelson Pelegrino (PT), como vem mostrando as pesquisas, Neto foi enfático: “eu tenho três vezes menos tempo do que o meu adversário Nelson Pelegrino, do PT, tempo esse que é usado numa parte considerável para me atacar, me ofender. No segundo turno, a realidade será outra, pois os dois terão o mesmo tempo de televisão. Serão propagandas diárias, cada um com dez minutos, cada um com 20 inserções comerciais. As conversas para o segundo turno não começaram ainda e não poderiam ter começado por respeito aos adversários. Eu acho que seria um desrespeito da minha parte procurar qualquer um dos cinco concorrentes para falar de segundo turno”.


Para convencer o eleitor na reta final das eleições, ACM Neto lança mão de estratégias: “A primeira coisa é mostrar que o povo de Salvador é livre para fazer as suas escolhas, que essa tática do medo e da chantagem não cola em Salvador, que esse discurso que tentam impor de que o prefeito tem que ser do mesmo partido do governador e da presidente não é o mais importante para a cidade. Nós temos “n” exemplos de prefeitos que são do mesmo partido e que estão sendo muito mal avaliados”.

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