O confronto com o bando do traficante Marcio José Sabino Gomes, o Matemático, foi um dos mais intensos presenciados pelo policial civil Adônis Oliveira, no comando de um helicóptero. O piloto comandou a aeronave que iniciou o cerco ao bandido, que acabou sendo baleado na abordagem, e encontrado morto horas depois na favela da Coréia, no complexo de Senador Camará, na Zona Oeste.
"Eles atacaram o helicóptero com tudo, estavam bastante armados. Eram muitos tiros e que eram disparados por traficantes de toda a favela. Foi uma operação difícil", afirmou.
Oliveira e sua equipe foram acionados após a Polícia Federal receber informações sobre o paradeiro de Matemático dentro da favela. Se dirigiram à região no helicóptero blindado modelo Esquilo AS-350. Por volta das 23h30, avistaram um carro modelo Logan de cor prata, e passaram a perseguir o veículo, que segundo o piloto, se deslocava rapidamente pela comunidade tentando fugir do cerco. Os homens que ocupavam o carro começaram a atirar contra o helicóptero. Os tiros de fuzil deixaram algumas marcas na aeronave, segundo o policial.
Para revidar, Oliveira começou a voar bem baixo, a até 20 metros de altura, enquanto outros dois policiais atiravam em direção ao carro, com fuzis 762. Um dos tiros acertou Matemático. O carro bateu num muro, e outros homens foram resgatar o traficante, ao mesmo tempo em que bandidos seguiam disparando contra o helicóptero.
Oliveira contou que a ação foi dificultada por ter sido feita à noite. Mesmo com equipamentos especiais para atuar nessas condições, era complicado enxergar o deslocamento daqueles homens pela favela.
"Tínhamos também o cuidado de não acertar as casas. Por isso tive que voar muito baixo para que revidássemos os tiros", explica.
As visualização do ar eram repassadas às equipes que chegavam, em terra, para reforçar o cerco. Horas depois, por volta das 5h30, o corpo de Matemático foi achado dentro de um Gol preto. Ele era um dos traficantes mais procurados do Rio.
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