PORTO SUL: NÃO HÁ MAIS TEMPO A PERDER!
Vivemos numa região que convive com os efeitos colaterais da crise do cacau. Crescimento urbano desordenado, baixa escolaridade, desemprego, violência urbana, degradação ambiental são alguns dos resultados deste lamentável processo.Deveríamos ter avançado mais nos debates atinentes às medidas compensatórias dos impactos ambientais a serem causados pelo empreendimento, ao invés de gastarmos energia com um debate maniqueísta, como no passado, em que se acreditava ser impossível conciliar desenvolvimento e preservação do meio ambiente.Sempre me posicionei favorável ao porto sul, mas é necessário corrermos atrás do tempo perdido para discutirmos com profundidade os impactos sociais e as necessidades de ampliação dos investimentos nas estruturas urbanas.Temos que ter a capacidade de reconhecer os esforços empreendidos pelo governo federal e estadual. Os quais, através da implementação do porto sul, da ferrovia oeste-leste, do gás natural, do novo aeroporto e de outros investimentos estruturantes, oferecem à região a oportunidade de mudar de uma vez por todas o seu perfil econômico, abrindo caminho para a diversificação, em especial o fortalecimento do turismo, a ampliação da atividade industrial, e a consolidação dos outros setores de serviços e comércio, sem esquecer a importância econômica do cacau.Temos consciência de que algumas reivindicações importantes da comunidade regional estão sendo atendidas. O nosso mandato teve a honra de participar, juntamente com a bancada federal e o governo estadual das lutas em defesa do Instituto Federal de Educação Tecnológica (uma realidade) e da campanha pela criação da Universidade Federal do Sul da Bahia (em andamento). Investimentos em educação, pesquisa, ciência e tecnologia, extremamente necessários para enfrentarmos os novos desafios.A comissão que trabalha a formatação do projeto pedagógico da universidade ouviu a comunidade e irá priorizar a área tecnológica em Itabuna. Tal decisão nos faz sonhar com outra proposta futurista e revolucionária: a instalação de um parque tecnológico que seja capaz de atrair empresas nas áreas da tecnologia e inovação, gerando empregos, desenvolvendo uma atividade econômica menos agressiva ao meio ambiente e de alta capacidade de agregar valor aos produtos.Necessitaremos num curto espaço de tempo de mais escolas, creches, postos de saúde, abastecimento de água, de energia, coleta e tratamento de esgotamento sanitário, coleta e disposição final de lixo ambientalmente adequadas, mais leitos de hospitais, habitação, enfim de investimentos que preparem Itabuna, Ilhéus e outros municípios para receber milhares de pessoas que migrarão para a região em busca de um lugar ao sol.Por outro lado não podemos apenas cobrar mais e mais investimentos das outras esferas de poder. Temos a obrigação nas próximas eleições municipais de escolher gestores que tenham a capacidade de preparar os municípios para receber esses investimentos, utilizando o planejamento e instrumentos modernos de gestão que mudem a fisionomia das cidades.Só desta maneira poderemos construir uma nova realidade que seja capaz de desenvolver a região, com preservação do meio ambiente e inclusão social.Vamos aproveitar a Audiência Pública a ser realizada na AABB de Itabuna, na próxima quarta-feira, 30 de maio, para avançarmos nesta direção.Wenceslau Augusto dos Santos JúniorÉ Advogado, Professor de Direito da UESB e Vereador pelo PCdoB de Itabuna.
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