sábado, 12 de maio de 2012

Impressão 3D é cada vez mais utilizada em cirurgias complexas


Segundo o gerente administrativo da Protótipos 3D, André Moura, a utilização da impressão 3D permite mais segurança nos procedimentos cirúrgicos. Foto: Cirilo Junior/Terra
Redução do tempo de cirurgia, do pós-operatório e do risco de infecção. Essas são as principais vantagens prometidas pelo uso de tecnologia de modelagem e impressão 3D para cirurgias complexas. O uso da técnica é crescente no Brasil. Atualmente, é utilizada em cerca de 20% de todos os procedimentos no País. Há uma década, essa proporção não passava de 5%.
Apesar do custo muitas vezes mais elevado, a utilização da impressão 3D permite mais segurança nos procedimentos cirúrgicos, garante o gerente administrativo da Protótipos 3D, André Moura. Ele participa da primeira edição do festival Virada Digital, que acontece até este domingo em Paraty, no sul do Rio de Janeiro. A empresa de Moura desenvolve a tecnologia desde 2008.
Já é possível mapear e fazer a impressão 3D de todo o corpo humano. A técnica consiste em materializar um objeto a partir de imagens virtuais, desenvolvidas por softwares de modelagem tridimensional. Na medicina, dão origem aos biomodelos. Eles reproduzem, de forma fiel, por exemplo, uma estrutura óssea de um paciente que tenha que operar determinada parte do corpo. Para que a impressão seja feita, é preciso uma tomografia da região a ser copiada.
Moura cita o exemplo de uma cirurgia de implante dentário. No método convencional, leva em torno de quatro horas, com muito mais sangramento para abrir a região e, depois, fazer as suturas necessárias. Com um biomodelo impresso, o trauma é muito menor, todos os riscos são medidos anteriormente, e o procedimento completo acontece em torno de 40 minutos.
"Sem contar a recuperação, que é muito mais rápida. Com o biomodelo, o médico pode fazer toda a previsão e planejamento da cirurgia. É uma espécie de treino para a hora do jogo. Facilita, reduz riscos e causa menos transtornos para o paciente", afirmou Moura.
A reprodução de um crânio completo, por exemplo, tem um custo que varia de R$ 2 mil a R$ 5 mil, dependendo da complexidade e tamanho do material a ser impresso. No caso de um crânio, a reprodução pode demorar de 20 a 30 horas. O biomodelo é feito de polímero, um plástico ultrarresistente, semelhante ao material de para-choques de carros.
Recentemente, Moura recebeu uma encomenda para reproduzir a coluna vertebral de uma paciente que iria operar para corrigir três deformidades. O trabalho de impressão levou 46 horas.
Os biomodelos a partir da tecnologia 3D começaram a ser desenvolvidos na década de 80, e vêm sendo cada vez mais aperfeiçoados. Hoje, destaca Moura, reproduzem detalhes vitais para se traçar um planejamento cirúrgico. "Não se tinha a perfeição que se observa hoje. A impressão, atualmente, carrega 100% de fidelidade", comenta.

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