domingo, 20 de maio de 2012

Ex-avalista de Collor ensaia volta à política após renúncia no DF


Fora dos gabinetes desde 2010, quando renunciou ao mandato de governador interino do Distrito Federal em meio ao escândalo do mensalão do DEM, o ex-senador e ex-vice-governador Paulo Octávio ensaia seu retorno à vida política, mas pode esbarrar justamente na Lei da Ficha Limpa. Por conta da renúncia, ele pode ser considerado inelegível até 2018.
Ao lado de Luiz Estevão, Otávio foi um dos “avalistas” do ex-presidente Fernando Collor na chamada “Operação Uruguai”, em 1992. Na época, Collor disse que os dois foram avalistas de um empréstimo de US$ 5 milhões para reformas na Casa da Dinda. Esse empréstimo, em seguida, foi um dos pontos questionados na CPI que culminou com a cassação do mandato do alagoano.
Foto: Agência BrasilPaulo Octávio (ao fundo) voltou à cena em 2010 em meio ao mensalão do DF, que derrubou o então governador Arruda (em primeiro plano)
Empresário do setor de seguros e imobiliário, Octávio trabalhou como lobista dentro do governo Collor. Na época, conseguiu via Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, financiamento para obras como o Hotel Alvorada e o Brasília Shopping, ambos na capital federal.
Com apoio velado de Collor, ele foi eleito duas vezes deputado federal na década de 1990 e senador em 2002. Ficou no cargo até fevereiro de 2007. E elegeu-se vice-governador na chapa de José Roberto Arruda.
Em 2009, viu seu nome envolvido na Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal (PF), que investigou a suposta distribuição de recursos ilegais na base aliada do governo do DF. Era apenas o início de seu calvário político. Em 2010, viu seu nome enrolado no esquema do mensalão do Distrito Federal. Foi acusado pelo ex-secretário de governo Durval Barbosa de ter recebido pelo menos R$ 200 mil também para apoiar atos do então governador José Roberto Arruda.

Paulo Octávio chegou a ser governador interino do DF por um período inferior a 15 dias durante a crise, mas renunciou após um pedido de impeachment feito pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Afastado da política desde então, no ano passado, Octávio ensaiou um retorno à cena via DEM, tentando ganhar força dentro do partido.

O problema está na Lei da Ficha Limpa. Como ele renunciou ao mandato de governador para fugir de processo de cassação, ele é considerado inelegível por um período de oito anos. Ou seja, até 2018.

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