domingo, 28 de julho de 2013

Para Marina Silva, protestos são busca por atualização política

As diferenças entre católicos e evangélicos não inibiram a participação da ex-senadora, ambientalista e evangélica Marina Silva em evento católico ligado à Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Nessa quarta-feira, 24, Marina, que ocupa o segundo lugar na mais recente pesquisa sobre presidenciáveis, atrás apenas da atual presidente, Dilma Rousseff, falou a uma plateia composta por quase 80 pessoas, notadamente católicas, que participavam do seminário Youth Hearing, promovido pela organização católica alemã Misereor, em parceira com a JMJ.
No entanto, quando questionada sobre a relação de sua participação no evento e a possível candidatura, Marina foi taxativa.
'Não tem nada a ver com candidatura. Estou aqui e fui convidada porque eu tenho mais de 30 anos de militância socioambiental. Com certeza não estou aqui como candidata, não falei como candidata. Falei como alguém que tem uma militância socioambiental. Por isso estou aqui', disse, considerando ainda que tanto católicos como evangélicos 'são cristãos'.
Em sua palestra no evento, a ex-senadora não se furtou a falar de política. Quando indagada sobre qual sua opinião sobre as recentes manifestações que se espalharam pelo país a partir de junho, considerou que isso está relacionado a um 'sujeito político', que estava em 'estado de latência'.
'Se [o sujeito político] não vai fazer um novo caminho, pelo menos, faça uma nova maneira de caminhar, como diz o poeta', considerou.
A ambientalista considerou que, de uma maneira geral, o que ocorre, hoje, com os protestos, tem a ver com uma busca por uma atualização da política.
'Isso tem acontecido no mundo inteiro. O movimento que acontece nos Estados Unidos, no mundo árabe, aconteceu no Chile, na Espanha, no Brasil. Está surgindo uma nova conformação social, política, na direção da atualização política', avaliou.
Na análise da ex-ministra, os acontecimentos de agora terão forte influência no cenário de condução da política, no futuro.
'Vai haver uma mudança significativa na forma da realização da política, da institucionalização da política. Mas ainda não sabemos como será. Não acredito que será uma ruptura abrupta, muito menos, uma transição demorada', disse. 'Acredito que será uma espécie de mutação, onde as pessoas, as empresas de modo geral vão fazendo as transformações que querem ver acontecer, apesar de alguns governos e de algumas empresas', completou.
Rede
Após participar do evento, Marina informou sobre o andamento da validação das declarações de apoio necessárias para registrar a sua nova sigla, a Rede Sustentabilidade. 'Nós estamos com 810 mil assinaturas e precisaremos de 500 mil assinaturas certificadas. No momento, estamos na fase de certificação dessas assinaturas junto a cartórios ainda que continuemos a coleta. Provavelmente vamos chegar a 870 mil assinaturas ', disse.
Para participar das eleições de outubro 2014, um novo partido precisa ser formalizado pelo menos um ano antes do pleito.

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