Lula: “Dilma não é mais do que uma extensão da gente lá.” (Foto: Agência Brasil).
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 23, que vai lutar com “unhas afiadas” para defender a presidente Dilma Rousseff de ataques dos adversários. Em palestra no Museu Nacional, Lula disse que Dilma é vítima de “preconceito” por parte da elite brasileira e sofre “falta de respeito” por ser mulher.
“Dilma não é mais do que uma extensão da gente lá. Nós seremos responsáveis pelos acertos e pelos erros que ela cometer”, afirmou Lula. Aplaudido pela plateia, formada em sua maioria por negros que participavam do Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, o ex-presidente disse que os “conservadores” começam a “colocar as unhas de fora” para tirar o PT do poder, em 2014 e prometeu ajudar Dilma.
“Eles estão com preconceito contra Dilma maior do que o que tinham contra mim. É a maior falta de respeito a uma mulher da qualidade da Dilma Rousseff. Será que eles têm essa falta de respeito com a mãe deles, com a mulher deles, como têm com a Dilma?”, perguntou. Apesar da fragilidade política do governo, Lula acha que Dilma vai superar os problemas. “Tenho a convicção de que ela está no caminho certo, a despeito das dificuldades que enfrenta.” Para Lula, a inflação é um “mal a ser extirpado da política econômica” e o governo precisa fazer um “esforço monstruoso” para impedir seu retorno.
Em entrevista, Lula saiu em defesa do programa Mais Médicos e do plebiscito proposto por Dilma – e descartado pelo Congresso – para fazer a reforma política. “Se os médicos brasileiros não querem trabalhar no sertão, que a gente traga médicos estrangeiros”, disse. “Vamos fazer a reforma política, vamos fazer plebiscito. Por que temos medo dessas coisas?” Ele descartou o “Volta, Lula”, que começou a ser entoado no próprio PT. “Não existe essa possibilidade. Eu, se pudesse, ia voltar a jogar bola, mas o Felipão parece que não está me olhando com bons olhos”, brincou.(Vera Rosa, Daiene Cardoso e Ricardo Brito, Estadão)
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