O cancelamento da fusão entre PPS e PMN que criaria o novo partido, Mobilização Democrática (MD), impactou imediatamente no tabuleiro político baiano, principalmente, no que se refere à composição de forças na Assembleia Legislativa.
No Palácio Luís Eduardo Magalhães, sede do Legislativo estadual, pelo menos quatro deputados estavam com as malas prontas para o novo partido. Bruno Reis (PRP), Elmar Nascimento, Sandro Régis (ambos do PR) e Targino Machado (PSC).
A reportagem do Bocão News conversou com Elmar Nascimento, atual líder da oposição da Casa, e com Sandro Régis. Os dois ainda estão no PR, a despeito de já conseguirem a liberação para deixar o partido sem correr riscos de perder o mandato, contudo, o destino ainda não foi decidido.
“Vamos conversar com o ex-governador Paulo Souto e com o prefeito de Salvador ACM Neto para decidir qual o melhor caminho. O objetivo é claro e o mesmo. Unificar e fortalecer a oposição baiana para combater esta política praticada pelo PT no estado”, ressalta Régis.
Nascimento compartilha da prudência do ainda correligionário. “O importante é o projeto. Vamos avaliar qual o melhor caminho. Se vamos todos para um partido ou cada um para um”.
Embora ainda não haja definição, Sandro Régis e Bruno Reis devem mesmo aterrissar no DEM. Elmar Nascimento também pode ir. Já Targino Machado terá outro processo de negociação pela frente. O parlamentar, mais velho dos quatro, tem como base política Feira de Santana. Lá teria que dialogar com o prefeito José Ronaldo.
Não que a relação dos dois seja ruim, mas ainda não há definição sobre o assunto. Sabe-se que Ronaldo tende a engrossar as fileiras de Carlos Geilson(PTN) que foi um aliado de primeira ordem na eleição passada. Portanto, o atual prefeito teria que se dividir. Para além, o DEM prepara outros nomes na região.
Na hipótese dos quatro entrarem no DEM, o partido passa a ser a terceira força política na Assembleia Legislativa. A adesão faria com que o partido do prefeito ACM Neto superasse o PP e o PDT, ambos com cinco representantes. No entanto, PT e PSD, com 14 e 10, respectivamente, permaneceriam com as maiores bancadas.
Salvador
Cotado para assumir a presidência municipal do MD, pouca coisa muda na vida do vereador Joceval Rodrigues. Comandante do PPS na capital baiana, o líder da bancada governista na Câmara de Salvador, esperará até o dia 5 de agosto, quando acontece o congresso nacional do partido, para detalhar a situação.
A demora na apreciação do projeto que restringe a criação de novos partidos foi apontada como uma das razões para o insucesso da fusão. O PMN acusou o PPS de postergar a definição. Para Joceval, não seria honesto com os interessados criar a sigla sem as garantias. “Saímos do processo com a consciência de que fizemos tudo com prudência necessária. Nós aguardamos a definição que não saiu”.
Caso passe, o novo texto estabelece que “havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão”.
Atualmente, a constituição faz outra relação. “Havendo fusão ou incorporação de partidos, os votos obtidos por eles, na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, devem ser somados para efeito do funcionamento parlamentar, nos termos do art. 13, da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão”.
Esta é apenas uma das modificações. Contudo, o texto está longe de ter unanimidade no Congresso e foi responsável pela última disputa entre os poderes Judiciário e Legislativo.
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