O Ártico bateu recorde de encolhimento do mar congelado. Mas ele não afeta diretamente o nível do mar. Nesse quesito, o que interessa mesmo são as geleiras de terra firme da Groenlândia e da Antártica. As primeiras estão derretendo rapidamente. As últimas aparentemente resistem. Qual é o balanço disso?
O estudo mais completo para mostrar o balanço final de quanto gelo foi derretido e quanta água ganharam os oceanos saiu agora. Publicado na edição desta semana da revista científica Science, o trabalho estimou o quanto as geleiras derreteram nos últimos vinte anos.
Segundo o estudo, entre 1992 e 2011 as geleiras da Groenlândia perderam, em média, 152 bilhões de toneladas de gelo por ano. O calor não foi tão rigoroso no outro polo, mas ainda assim as geleiras da Antártica derreteram 71 bilhões de toneladas de gelo. O resultado é que as geleiras contribuíram com o aumento de 11,1 milímetros no nível do mar desde 1992.
Além disso, a taxa de derretimento das geleiras foi acelerada nos últimos anos. Juntas, as geleiras dos polos Norte e Sul estão perdendo três vezes mais gelo hoje do que na década de 1990. A situação é pior na Groenlândia: este ano, satélites detectaram que 97% da superfície da Groenlândia passou por algum derretimento.
O estudo da Science contou com o trabalho de 47 cientistas, de 26 laboratórios diferentes, e usou dados de dez satélites. Segundo os pesquisadores, trata-se do mais completo estudo na área. Os dados são consistentes com as projeções científicas sobre o aumento do nível do mar causado pelo aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera. Estima-se que o nível dos oceanos deve aumentar mais de um metro até 2100. Dados recentes mostram que o mar está subindo cerca de 3,2 milímetros por ano.
O gráfico abaixo, feito pela Nasa, agência espacial americana, mostra como cada polo contribuiu para a elevação dos mares. E como o derretimento dos gelos vem acelerando desde 1990. A linha verde mostra quanto o mar subiu com o degelo da Groenlândia. A amarela mostra a Antártica. E a branca é a elevação do mar combinada das massas de gelo.
Foto: Ian Joughin/University of Washington
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