O diretor interino da CIA, Michael Morell, disse que o filme "A hora mais ecura" (Zero Dark Thirty) sobre a perseguição a Osama bin Laden exagera a importância da informação obtida através de tortura.
O filme da diretora vencedora de um Oscar, Kathryn Bigelow, conta a história de uma longa década de busca, após 11 de setembro de 2001, que acabou em uma incursão dramática e mortal em maio, no esconderijo do líder da Al-Qaeda em Abbottabad, Paquistão.
O filme mostra oficiais norte-americanos usando técnicas, entendidas como tortura, como o "submarino"(ou water-boarding), para forçar presos a falar. A informação obtida foi crucial, de acordo com o filme, para reunir as pistas que levaram à trilha de bin Laden.
Nem tão crucial, disse Morell em uma mensagem a funcionários da CIA na sexta-feira.
O filme "cria a impressão errada de que técnicas de interrogatório que eram parte de nosso antigo programa de detenção e interrogação foram chave para encontrar bin Laden. Essa impressão é falsa".
Segundo ele, múltiplas fontes da inteligência levaram os analistas da CIA a concluir que bin Laden estava escondido em Abbottabad, embora tenha reconhecido que algumas informações tenham vindo dos prisioneiros submetidos a essas técnicas, proibidas por Obama em 2009.
Morell enfatizou que o filme, provável candidato ao Oscar, "usa significativa licença artística, ao pintar a si mesmo como historicamente preciso".
"O que eu quero que vocês saibam é que o `Zero Dark Thirty` é uma dramatização e não um retrato realístico dos fatos".
"A CIA interagiu com os produtores por meio do nosso escritório de Relações Públicas, mas a verdade é que, como qualquer projeto de entretenimento que participamos, não controlamos o resultado final", acrescentou.
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