"Wagner, quero meu salário de volta"

Alunos em casa, portões das escolas fechados e nenhuma previsão para o fim da greve que completa, nesta terça-feira (19), 70 dias. 

 

Em contato com a equipe de reportagem do Bocão News, professores - que preferiram não ter a identidade revelada - disseram que  não recebem os salários há dois meses e, alguns deles, reclamam que mesmo de licença tiveram o salário cortado. "É um absurdo. Estou de licença por três meses e não recebi salário", disse uma professora, mostrando o contra-cheque.

 

Segundo ela, há outros casos semelhantes e  a situação só se agrava. "Estamos lutando por nossos direitos e ainda estamos pagando por isso. Eu só peço: Wagner, quero meu salário de volta", disse.

 

Ainda segundo a professora, não há uma previsão ou rumores de quando esta greve possa terminar.

 

STJ suspende liminar

 

No último dia 13, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Ari Pargendler, suspendeu a liminar concedida pelo Tribunal de Justiça da Bahia, que orientava o pagamento imediato dos salários dos professores em greve. 

 

A Procuradoria Geral Estado entendeu que a liminar deferida tinha conteúdo contraditório em relação à decisão anterior, também do Tribunal de Justiça, que manteve os efeitos da declaração de ilegalidade da greve na rede pública de ensino do Estado, decidida pela 5ª Vara da Fazenda Pública da Bahia.

 

O secretario estadual de Comunicação, Robinson Almeida, foi entrevistado pelo programa Se Liga Bocão Nesta terça-feira e comentou a decisão do STJ. “Só irão receber salários aqueles que estão trabalhando. Na maioria dos municípios, os professores já voltaram às salas de aulas e a proposta do governo será cumprida no valor de 22 a 26% de ganho salarial dividido em duas vezes”, garantiu.
 

 

Proposta

 

O governo propôs aos professores licenciados promoção, por meio de curso, com ganho real de 7%, em novembro deste ano, e mais 7% em abril de 2013. Somando aos reajustes já concedidos este ano (6,5%), a proposta resulta em ganho total de 22 a 26%. O diferencial da proposta é associar o ganho com a formação para os professores licenciados, o que contribui diretamente para a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.

 

O Estado conclama os professores da rede estadual, que ainda estão paralisados, a considerarem a proposta apresentada e retomarem as atividades em sala de aula.

 

A categoria

 

Uma nova assembleia será realizada hoje, às 9h, para decidir os rumos do movimento. Ao Bocão News, o presidente da Associação dos Professores do Estado dsa Bahia (APLB), Rui Oliveira, disse que uma contra-proposta foi enviada ao Governo do Estado. "Nela, solicitamos a revogação da lei que transformou salário em subsídio e o parcelamento dos 22,22% para este ano", afirmou.

(Fotos: Gilberto Junior e Roberto Viana) (Bocão News)