Uma das promessas de campanha feitas pelo prefeito de Itabuna foi a instalação de uma Escola Pública de Trânsito, onde jovens carentes poderiam ter aulas teóricas e práticas de direção e capacitar-se a tirar a carteira de habilitação. A cidade felizmente já conta com esse equipamento, prontinho para a inauguração, mas a má notícia é que ele ainda não pode ser utilizado.
Quem se der ao trabalho de ir até o bairro Lomanto, onde está montada e totalmente equipada a escola de trânsito, poderá ter dois sentimentos. Um, de satisfação com um bom projeto que se tornou realidade; outro, de decepção e até de espanto por ele continuar sem utilidade. São três carros zero quilômetro, quatro motos também novas, computadores, instrutores treinados. Enfim, é uma escola modelo.
A pergunta óbvia é: falta o que para funcionar?
A autorização para a escola de trânsito iniciar suas atividades é concedida pelo Detran, órgão do Governo do Estado da Bahia. O procedimento é esse para autoescolas privadas, que obtêm sua licença sem maiores dificuldades, desde que preencham os requisitos técnicos para tanto. A autorização da Escola Pública de Trânsito de Itabuna, porém, foi parar na mesa do governador Jaques Wagner, e enfrenta percalços inimagináveis para se concretizar. Vêm à tona inevitavelmente as tais questões partidárias, já que o prefeito é do DEM e o governador é do PT, mas é lamentável imaginar que tais diferenças cheguem a tamanho nível de mesquinhez.
O prefeito sustenta que a escola beneficiaria especialmente jovens pobres na faixa etária dos 18 aos 25 anos, que poderiam ter na habilitação um instrumento a mais na hora de conseguir um emprego. Calcula-se que os custos da carteira da categoria “AB” (para condução de carro de passeio e motocicleta) gire em torno dos R$ 1.200,00, valor proibitivo para um jovem desempregado. Quem passar pela escola de trânsito pagará apenas os R$ 76,50 do laudo do Detran.
Não há dúvida de que esta seria uma ação de grande importância social, sobretudo em uma cidade com altíssimos índices de violência e que exige boas políticas públicas para dar oportunidade à juventude.
O governo Wagner prometeu há tempos uma Base Comunitária de Segurança em Itabuna, que até hoje só existe na imaginação e nos discursos. Prometeu uma delegacia especializada em homicídios e ela ainda não saiu do papel por falta de estrutura. Não consegue se desvencilhar de uma greve que já paralisa as escolas há quase 70 dias, deixando milhares de jovens (só em Itabuna), sem ter o que fazer e com o ano letivo irremediavelmente perdido.
Em resumo: o governo não faz absolutamente nada para ajudar. E ainda atrapalha!
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