terça-feira, 2 de setembro de 2014

PMDB acena adesão a um eventual governo de Marina Silva

Geddel Vieira Lima tem interesse em liderar movimento de apoio a Marina
Geddel Vieira Lima tem interesse em liderar movimento de apoio a Marina
As chances efetivas de vitória de Marina Silva na eleição presidencial já levam a ala do PMDB que apoia a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) a dar como certa a adesão da legenda a um eventual governo seu. A avaliação desse grupo é a de que as chances de recuperação do tucano são difíceis e a perspectiva de poder hoje está com Marina.

Isso faz com que a histórica divisão do PMDB ganhe novos contornos. Se antes da campanha o debate era levar ou não o partido a apoiar a reeleição de Dilma Rousseff, agora ele começa a se dar entre compor ou não com Marina e o momento em que essa sinalização deve ser feita.

A cúpula peemedebista, responsável pelo apoio pró-Dilma e que tem em Michel Temer, Renan Calheiros e José Sarney seus expoentes, quer colocar a máquina do partido para derrotar Marina no segundo turno.

Em caso de vitória de Marina, esse grupo fala em dar os tradicionais 100 primeiros dias de trégua ao seu governo para, nesse período, aguardar os sinais da ex-ministra. Prevê, porém, uma relação hostil. Justamente por onde a outra ala planeja crescer. Geddel Vieira Lima, candidato ao Senado pela Bahia, tem interesse em liderar esse movimento.

Os aecistas do PMDB, em processo de transfiguração para neo-marineiros, querem começar a emitir os sinais da adesão ao fechar das urnas do primeiro turno. Estão espalhados por Estados como Bahia, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, prontos para deflagrar esse processo. “Marina já sinalizou que abrirá o diálogo com os políticos. Temos plenas condições de dar sustentabilidade e governabilidade a ela”, disse o vice-líder da bancada da Câmara, Danilo Forte (CE).

Até mesmo peemedebistas egressos de Estados que apoiam Dilma avaliam que o PMDB estará com Marina se ela vencer. “O PMDB é um partido pragmático. Não teria problemas em se reposicionar e integrar a base de Marina”, disse Saraiva Felipe (MG), ex-ministro da Saúde do governo Lula.

Além de derrotar Dilma, essa ala do PMDB pretende aproveitar o embalo para contestar Temer no comando da sigla. Afinal, é ele o maior avalista do acordo com o PT. Assim, a eleição de Marina resultaria em um reposicionamento interno de forças políticas na legenda.

Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS) seriam os interlocutores naturais, uma vez que próximos a Marina. Mas o problema é que eles não têm força interna para, sozinhos, conduzirem o partido rumo a ela. (Diário do Poder)

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