domingo, 28 de setembro de 2014

PF investiga elo entre Youssef, tesoureiro do PT e perdas do fundo de pensão

As investigações em torno da Operação Lava Jato ganham mais um capítulo. Segundo o colunista Reinaldo Azevedo, da Revista Veja,  Polícia Federal abriu mais uma frente de investigação para apurar se investimentos feitos por fundos de pensão de estatais em empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef foram negociados pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Dois fundos, o Petros, dos empregados da Petrobras, e o Postalis, dos Correios, aplicaram R$ 73 milhões e perderam praticamente todo o investimento. Vaccari nega ter participado desses negócios.
 
Conforme a polícia, parte do dinheiro foi para uma consultoria usada por Youssef para repassar propina de empreiteiras e fornecedores da Petrobras a políticos do PT e de outros partidos que apoiam o governo da presidente Dilma Rousseff no Congresso. De acordo com nota publicada na coluna de Reinaldo Azevedo, e-mails encontrados pela PF em computadores de pessoas ligadas a Youssef sugerem que Vaccari ajudou os operadores do doleiro a fazer contato com o Petros em 2012, quando o grupo tentava captar recursos para o Trendbank, empresa que administra fundos de investimento. Um desses fundos quebrou no fim do ano passado, deixando um rombo de cerca de R$ 400 milhões e causando prejuízos aos fundos de pensão e a outros investidores.
 
 
Segundo os e-mails, o elo entre Vaccari e Youssef era Enivaldo Quadrado, um operador do mercado financeiro que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ter distribuído dinheiro do mensalão no início do governo Lula e que mais tarde passou a trabalhar para o doleiro. Em fevereiro de 2012, um executivo do Trendbank, Pedro Torres, disse a Quadrado que precisava falar sobre o Petros. Três dias depois, Quadrado respondeu por e-mail: “Falei hoje com João Vaccari sobre Petros, vamos ter reunião com os caras dia 28/02″.
 
Essas empresas ofereciam como garantia aos investidores contratos de prestação de serviços com empreiteiras, mas a PF concluiu que tudo não passou de uma fraude. Duas dessas empresas, a Rock Star Marketing e a JSM Engenharia e Terraplenagem, que receberam mais de R$ 100 milhões dos recursos aplicados pelo Trendbank, repassaram ao menos RS$ 1,5 milhão em 2010 à MO Consultoria, firma controlada por Youssef. Segundo o Ministério Público Federal, os recursos repassados à MO eram propina, já que a empresa não prestava os serviços pelos quais recebia.

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