domingo, 8 de abril de 2012

SP: grupo clonava carros e tinha ajuda de PMs para roubar prédios


  1. A Polícia Civil de São Paulo prendeu um grupo de criminosos que roubavam carros e clonavam suas placas, deixando os veículos idênticos aos dos moradores dos edifícios que seriam roubados, para entrar nos prédios sem levantar suspeitas, de acordo com o delegado Nelson Silveira Guimarães, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). O grupo, de 14 pessoas, que contava com um policial militar, é suspeito de integrar uma quadrilha especializada em roubos a condomínios, bancos e a caixas eletrônicos na capital paulista.
  2. O grupo, que foi preso quando se preparava para roubar um condomínio na Chácara Klabin, na zona sul da capital paulista, também clonou uma viatura da Polícia Civil para facilitar a fuga e movimentação em outros roubos. Ainda de acordo com as investigações, a quadrilha era extremamente violenta, e torturava as vítimas durante os assaltos.
  3. "Eles aterrorizavam os moradores, amordaçavam, espancavam, colocavam algemas (de aço ou de plástico)", relatou o delegado, que informou que a ação costumava ocorrer entre o fim da madrugada e o início da manhã, e durava cerca de 4 horas.
  4. A Polícia Civil ainda investiga quantos crimes foram cometidos pela quadrilha, mas o grupo é suspeito de ter participado do assalto a um caixa eletrônico em Santo André (Grande São Paulo) que terminou com a morte de um policial militar, em julho do ano passado, e do arrastão a um prédio na Rua do Paraíso, também na zona sul, no início do mês.

  5. Ajuda interna
  6. Além do policial militar preso hoje, a corporação identificou outro PM suspeito de integrar a quadrilha, que continua foragido. Eles eram responsáveis por monitorar a movimentação de policiais nas regiões ondea os assaltos ocorriam, e a prisão ocorreu com a colaboração da Corregedoria da Polícia Militar. Um porteiro também é suspeito de ter participado da ação, e a polícia espera prendê-lo nos próximos dias. De acordo com o delegado, era comum os criminosos receberem "ajuda interna" para invadirem os condomínios.
  7. "Geralmente a quadrilha tinha alguma ajuda interna. (Nesse caso) O porteiro do prédio passou a lista de nomes de moradores do condomínio e informou quantas pessoas estariam no local", disse o delegado.
  8. As investigações duraram cerca de três meses e, segundo o diretor do Deic, entre os criminosos há integrantes de facções. Hoje, dois suspeitos foram baleados durante a operação policial, sendo que um deles foi atingido apenas de raspão e o outro teve de ser hospitalizado.
  9. Foram apreendidos um fuzil, duas metralhadoras, três pistolas, dois coletes, uma granada, além de algemas e materiais similares aos da Polícia Civil. Também foram apreendidos 11 carros, entre eles a viatura clonada. A operação contou com 60 policiais civis e dois helicópteros.

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