Os professores estaduais da Bahia, em greve há 16 dias, realizaram assembleia na manhã desta sexta-feira (27) e decidiram continuar a paralisação. Eles permanecem na Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, onde estão acampados há mais de uma semana. Depois do encontro, os grevistas seguiram em caminhada até o prédio da Governadoria, ainda no CAB, para entregar documento que solicita audiência com o governador Jaques Wagner.
A greve já foi considerada ilegal pela Justiça e o governo já disse que vai cortar o ponto dos grevistas, caso eles não voltem ao serviço. O departamento jurídico do sindicato da categoria (APLB) deu entrada em uma ação com pedido de liminar à Justiça na tentativa de derrubar a ordem que impõe multa diária de R$ 50 mil até encerramento da greve. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Rui Oliveira, se houver corte dos salários, os professores não vão repor as aulas perdidas durante a paralisação.Na quarta-feira (25), os deputados aprovaram o projeto de lei garante o piso nacional a mais de cinco mil professores de nível médio. Os professores querem reajuste de 22,22% no piso nacional. Eles alegam que o governo fez acordo com os professores garantindo os valores do piso nacional, ocorrido em novembro do ano passado, e depois ignorou, mandando para Assembleia um projeto de lei com valores menores.
O Ministério Público fez uma reunião na quinta-feira (24) e se colocou à disposição para mediar o impasse entre a categoria e o governo. Enquanto o impasse continua, mais de um milhão de alunos estão sem aulas.Para o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo, o orçamento do estado não permite que seja cumprido o aumento exigido. "O estado não suporta no orçamento reajuste de 22,22%. O orçamento do estado também é para fazer escolas, fazer postos de saúde, poços artesianos, recuperar estradas. Não pode ser apenas para os servidores", afirma. Já o deputado Paulo Azi (DEM-BA) avalia que a postura de negar o reajuste pode ocasionar a radicalização do movimento.
O sindicato afirma que a categoria aguarda o projeto de lei aprovado pelos deputados ser enviado e sancionado pelo governador Jaques Wagner. "Os trabalhadores em educação vão permanecer em greve. Nós faremos novas investidas para que o governo abra as negociações ao cumprimento do acordo. A luta continua", relata a vice-coordenadora da APLB, Marilene Betros
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