O dólar comercial fechou em alta de 0,7% nesta segunda-feira (23), cotado a R$ 1,8826. A divisa alcançou o maior valor de fechamento desde 25 de novembro, quando estava a R$ 1,8864. Na semana passada, o dólar havia alcançado R$ 1,8815 na quinta-feira (19), o maior valor do ano até então.
A pouco mais de uma semana do fim do mês de abril, a moeda acumula alta de pouco mais de 3%, e no ano alcança alta 0,75%.
Na sexta-feira (20), depois de cinco altas seguidas, o dólar comercial havia fechado em queda de 0,63%, cotado a R$ 1,8695.
A moeda norte-americana chegou a subir mais de 1% durante o pregão, mas perdeu um pouco os ganhos ante o real quando tornou-se evidente ao mercado que o Banco Central não atuaria no mercado por meio de leilões de compra de dólares à vista.
Na última sexta-feira, o BC fez um leilão à vista, com a moeda em torno de R$ 1,87, sendo que, na quinta-feira, quando a divisa norte-americana chegou perto de R$ 1,90, não atuou. O BC realizou compras de dólares no mercado à vista duas vezes por dia em cinco dias seguidos nas últimas duas semanas, configurando uma atuação mais firme e levando a divisa dos Estados Unidos para próximo de R$ 1,90.
O gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel, afirma acreditar que o mercado operou na expectativa de que o BC pudesse intervir, já que ainda há dúvidas sobre o patamar da moeda a ser atingido para atuação da instituição. "Achei que ele iria entrar (nesta segunda-feira). O dólar caiu bem em relação à máxima. Ainda não há um piso, acho que o BC está esperando e administrando a moeda", afirmou Battistel.
O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, também diz acreditar que a moeda norte-americana subiu devido ao cenário externo negativo. Mas, ao contrário de Battistel, avalia que o BC já indicou que pode atuar para impedir que a moeda não caia abaixo de R$ 1,87.
Segundo ele, é provável que essa atuação mantenha o dólar entre R$ 1,87 e R$ 1,89, mas, eventualmente, e dependendo também do cenário externo, o mercado pode testar patamares mais elevados, em torno de R$ 1,90, e mais baixos, próximos de R$ 1,85.
Movimento internacional
A moeda americana seguiu o movimento de aversão ao risco no exterior, após tensões políticas na Holanda e França e dados mistos da Chinax ferirem a confiança dos investidores.
Na França, o socialista François Hollande venceu o candidato à reeleição, o conservador Nicolas Sarkozy, no primeiro turno das eleições presidenciais. Os dois vão disputar o segundo turno em 6 de maio.
Na Holanda, após o Partido da Liberdade se recusar a concordar com a coalizão de centro-direita e cortar de 14 bilhões a 16 bilhões de euros no orçamento do país, o primeiro-ministro, Mark Rutte, pediu sua renúncia ao cargo.
Na China, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro teve leve alta em abril segundo a leitura preliminar, ao registrar 49,1 ante o resultado final de 48,3 visto em março, mas ainda abaixo do nível de 50, o que significa contração da atividade econômica.
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