Após conturbada aprovação na noite de terça-feira (24) do projeto de Lei 19.776/12, que transforma em subsídio a remuneração total dos professores com titulação em ensino médio completo ou licenciatura de curta duração e de docente não licenciado, o governador Jaques Wagner (PT) justificou a postura do Estado, em entrevista ao Programa do Bocão, na Rádio Sociedade, na manhã desta quarta-feira (25).
Segundo Wagner, a vontade do governo é dar salário maior para os docentes, mas o aumento de 22% para toda categoria - valor pleiteado pelos professores -, provocaria um desequilíbrio nas contas do Estado. “Esse valor (22%) representaria um aumento anual de 520 milhões aos nossos cofres. Não seria responsável de minha parte conceder esse aumento para depois ter dor de cabeça”.
“Só gostaria de relembrar que nos últimos três anos, a categoria teve um ganho de 30% acima da inflação. Isso com o reajuste de 6,5% concedido a todo o funcionalismo em março de 2012 e retroativo a janeiro deste ano. Mas, o Estado também figura entre os que oferecem melhores salários aos professores. A remuneração média de um professor com licenciatura, de 40 horas, é de R$ 3.460,00”, disse o governador.
Sobre a conjuntura política para as eleições de Salvador em 2012, o governador deu palpite sobre o adversário Democrata, ACM Neto, que, na segunda-feira (23), colocou no jogo a sua pré-candidatura para a disputa na capital baiana. “Essa notícia não nos veio como novidade. Absolutamente natural e, o mais natural ainda será que Imbassahy faça a aliança com o Neto, pois nacionalmente eles são aliados. O DEM quer aparecer. Prova disso é que em Salvador eles não têm um único vereador. Por isso eles querem consolidar o seu espaço, com vitória ou com derrota”, afirmou.
Durante a entrevista, Wagner deu um “puxão de orelha” no deputado estadual Zé Neto, líder do governo na Assembleia Legislativa, que por meio de mensagem enviada para o apresentador do programa Zé Eduardo, disse que “ACM Neto está mais para Missinho (ex-Chiclete com Banana) do que para Ivete Sangalo”, fazendo comparação entre a popularidade dos artistas. “Acho que não devemos provocar ninguém, vamos fazer o nosso e esquecer os outros”, resmungou o governador.
Ainda sobre a sucessão municipal em Salvador, Wagner finalizou falando sobre as pré-candidaturas de aliados da base como Alice Portugal (PCdoB), Márcio Marinho (PRB) e João Leão (PP). “Não podemos nos precipitar. Estou trabalhando, não só aqui, mas em todo o Estado. Estou pedindo para todo mundo ter calma e não transformar eleições municipais em briga entre bases.”, concluiu.
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