quarta-feira, 18 de junho de 2014

Substituição na praia de Copacabana: saem os argentinos, entram os chilenos

Em carros de passeio, ônibus ou trailers, a grande maioria dos chilenos que foram ao Rio de Janeiro preferiu procurar um espaço para ficar em Copacabana

Os argentinos reinavam absolutos na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, até domingo (15.06). A partir do dia seguinte, os chilenos começaram a chegar. Antes do confronto de “La Roja” com a Espanha, no Maracanã, os seguidores de Valdivia e companhia já são maioria absoluta num dos lugares mais famosos do Brasil. Montam barracas, estacionam carros e trailers, dormem na areia.

O consulado do Chile estima que mais de 20 mil cidadãos do país estão no Rio de Janeiro – pelo menos cinco mil optaram por acampar numa fazenda de Itaboraí, a 50 quilômetros da capital. “Nós vamos ser maioria absoluta no Maracanã”, diz Cristian Salas, 30 anos, professor de Concepción, no sul do país. Ele veio num ônibus com 19 conterrâneos. Curiosamente, a maioria não tem ingresso para o jogo desta quarta-feira (18.06). “80% do pessoal do ônibus não tem bilhete. Vamos ver o que fazer para conseguir comprar".

Em carros de passeio, ônibus ou trailers, a grande maioria dos chilenos que foram ao Rio de Janeiro preferiu procurar um espaço para ficar em Copacabana. “Aqui é o melhor lugar para passarmos férias inesquecíveis”, afirma o químico Hugo Rojas, 35 anos, que estacionou seu trailer na beira do calçadão na Avenida Atlântica. “Há lugar para tomar banho, praia e fica relativamente perto do estádio. No dia do jogo, é só tomar um metrô”.

Os chilenos levaram de quatro a seis dias pra chegar ao Rio de Janeiro, dependendo de que região saíram ou se passaram antes por Cuiabá, onde a seleção venceu a Austrália por 3 x 1 na última sexta-feira (13.6). O trajeto dos Andes até o Brasil tem cerca de 4,5 mil quilômetros.

O motorista Maurício Rojas, 36 anos, fugiu do frio de Santiago e não se importa de não ter ingresso para o confronto. “Estamos com temperaturas de dois graus em casa, aqui está 30 graus e temos a praia em frente. Não tem comparação. Vale muito a pena ficar por aqui. O ambiente é incrível, há pessoas do mundo todo confraternizando e é uma experiência que vale muito a pena".

Os brasileiros têm manifestado solidariedade com os latinos-americanos que elegeram Copacabana como hospedagem durante esta Copa do Mundo, apesar do clima de festa tomar as 24 horas do dia. O aposentado Jaime Carreiro, de 81 anos, até presenteou uma família de chilenos com uma garrafa da bebida mais famosa do Brasil, a cachaça. “Esta é uma invasão maravilhosa. Moro aqui no Leme e não me importo. Estamos torcendo por eles também”, afirma Carreiro.

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