Os argentinos reinavam absolutos na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, até domingo (15.06). A partir do dia seguinte, os chilenos começaram a chegar. Antes do confronto de “La Roja” com a Espanha, no Maracanã, os seguidores de Valdivia e companhia já são maioria absoluta num dos lugares mais famosos do Brasil. Montam barracas, estacionam carros e trailers, dormem na areia.
O consulado do Chile estima que mais de 20 mil cidadãos do país estão no Rio de Janeiro – pelo menos cinco mil optaram por acampar numa fazenda de Itaboraí, a 50 quilômetros da capital. “Nós vamos ser maioria absoluta no Maracanã”, diz Cristian Salas, 30 anos, professor de Concepción, no sul do país. Ele veio num ônibus com 19 conterrâneos. Curiosamente, a maioria não tem ingresso para o jogo desta quarta-feira (18.06). “80% do pessoal do ônibus não tem bilhete. Vamos ver o que fazer para conseguir comprar".
Em carros de passeio, ônibus ou trailers, a grande maioria dos chilenos que foram ao Rio de Janeiro preferiu procurar um espaço para ficar em Copacabana. “Aqui é o melhor lugar para passarmos férias inesquecíveis”, afirma o químico Hugo Rojas, 35 anos, que estacionou seu trailer na beira do calçadão na Avenida Atlântica. “Há lugar para tomar banho, praia e fica relativamente perto do estádio. No dia do jogo, é só tomar um metrô”.
Os chilenos levaram de quatro a seis dias pra chegar ao Rio de Janeiro, dependendo de que região saíram ou se passaram antes por Cuiabá, onde a seleção venceu a Austrália por 3 x 1 na última sexta-feira (13.6). O trajeto dos Andes até o Brasil tem cerca de 4,5 mil quilômetros.
O motorista Maurício Rojas, 36 anos, fugiu do frio de Santiago e não se importa de não ter ingresso para o confronto. “Estamos com temperaturas de dois graus em casa, aqui está 30 graus e temos a praia em frente. Não tem comparação. Vale muito a pena ficar por aqui. O ambiente é incrível, há pessoas do mundo todo confraternizando e é uma experiência que vale muito a pena".
Os brasileiros têm manifestado solidariedade com os latinos-americanos que elegeram Copacabana como hospedagem durante esta Copa do Mundo, apesar do clima de festa tomar as 24 horas do dia. O aposentado Jaime Carreiro, de 81 anos, até presenteou uma família de chilenos com uma garrafa da bebida mais famosa do Brasil, a cachaça. “Esta é uma invasão maravilhosa. Moro aqui no Leme e não me importo. Estamos torcendo por eles também”, afirma Carreiro.
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