A decisão do senador José Sarney (PMDB-AP) de não se candidatar à reeleição ao Senado foi comunicada por ele na terça-feira (24) ao presidente nacional de seu partido, o também senador, Valdir Raupp (PMDB-RO). Segundo Raupp, Sarney explicou que ele e a mulher, Marly, têm passado por vários problemas de saúde que requerem mais atenção.
“Eu conversei com ele hoje pela manhã e ele me disse que já cumpriu a missão dele na política, pelo menos por enquanto. Falou da questão da saúde da família, da dona Marly, dele inclusive, que tem tido muitas dificuldades de saúde nos últimos tempos. Então ele está abrindo mão de disputar a candidatura ao Senado pelo estado do Amapá e o Gilvam Borges deve sair no lugar dele”, disse o presidente do PMDB para a reportagem da Agência Brasil.
Segundo Raupp, todos no partido estão “tristes” com a decisão de Sarney, mas acreditam que ele continuará atuando como “conselheiro” e trabalhando pelas alianças eleitorais. Sobre os boatos de que a decisão foi motivada pelo receio de derrota, Raupp disse que pesquisas feitas pelo PMDB demonstram o contrário. “Nós fizemos uma pesquisa no ano passado que apontava que ele tinha 53% [de aprovação]. Ele também aparecia em primeiro lugar como o responsável pelos grandes investimentos do governo federal no Amapá. Sinceramente, se ele fosse para a campanha, acho que ele conseguiria vencer a eleição, sim. Para quem já está consolidado, quanto mais candidatos saírem melhor”, disse.
Aliados de Sarney evitaram comentar a saída dele da vida pública, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que não quis falar sobre o assunto com a imprensa. Outros, entretanto, disseram esperar que ele reveja a decisão. “Se for real, eu espero que essa decisão possa ser revista”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
José Sarney foi o primeiro presidente da República civil após o regime militar. Ele assumiu o cargo na condição de vice após a morte de Tancredo Neves, em 1985. O senador é considerado pelos aliados como peça fundamental na redemocratização do país, mas também criticado pela má condução da economia durante seu governo e pelo fraco desempenho na área social. Foi presidente do Senado quatro vezes e tem 59 anos de vida pública.
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