Mesmo com as contas bloqueadas, o diretor da empresa TelexFree, Carlos Costa, e mais de 1.000 divulgadores estiveram na semana passada participando de um Cruzeiro que por uma semana passou pelas praias entre Búzios (RJ) e Ilhabela (SP). Da cabine do navio, Carlos Costa falou com os divulgadores e fez declaração de fé dizendo que acredita que a empresa voltará a funcionar. “Deus está ao meu lado. Tenho vocês e Deus comigo e por isso vou até o fim”, disse ele. Desde junho a Justiça bloqueou as contas da empresa e impediu que a TelexFree continuasse a recrutar divulgadores que investiam altos valores na promessa de reaver grandes lucros com a venda de serviços VOIP. A Justiça do Acre entendeu que a prática promovida pela empresa se enquadra no sistema de pirâmide financeira, que é proibido no Brasil. Mas a defesa da empresa diz que trabalha com marketing de multinível. A diferença entre as duas práticas é que no marketing de multinível a remuneração é atrelada ao volume de vendas e não ao número de novos associados angariados. Carlos Costa já tentou mostrar a diferença entre a atividade da TelexFree e prática de pirâmide. Ele também afirmou que foi enviado por Deus para oferecer oportunidades de ganhos altos para as pessoas. Durante uma sessão na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), em novembro deste ano, o diretor de marketing afirmou que sua empresa sim oferecia distribuição de renda. “As pessoas hoje conheceram o que é realmente uma distribuição de renda. Essas pessoas que tiveram potencial dentro delas mas nunca tiveram oportunidade. Eu estou aqui de passagem e Deus me usou para fazer o que eu fiz e isso ninguém vai tirar”, disse ele. A Justiça tentou fazer acordos com a empresa para liberar sua atuação, mas não houve concordância e por isso a TelexFree continua impedida de atuar no território nacional.
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