segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Capitais perdem PIB e municípios menores ganham renda, aponta IBGE.


imagePesquisa aponta perda nas capitais e ganhos no interior.
Nos últimos dez anos, as capitais brasileiras vêm perdendo participação no total da economia do país, ao mesmo tempo em que municípios menores apresentam ganhos de renda. A informação faz parte da pesquisa Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios, divulgada no último dia (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento é referente a 2010, quando o PIB cresceu 7,5% em relação ao ano anterior, tendo alcançado um valor de R$ 3,770 trilhões. Foram analisados todos os 5.565 municípios do país. A pesquisadora do IBGE Sheila Zani, responsável pela pesquisa, disse que existe um movimento de mudança na produção de riquezas, que é lento e se faz notar em um período maior de tempo.
No sentido oposto, estão os pequenos municípios, que nos últimos dez anos aumentaram o volume de riqueza, em comparação ao PIB nacional. Eles se concentram nas regiões Norte e Nordeste, principalmente no Piauí, Tocantins, na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Zani salientou que o país ainda é muito dependente dos produtos primários de exportação, principalmente minerais e agrícolas, o que pode levar a um distorção entre diferentes municípios. “O que mostramos é o quanto a economia brasileira estava dependendo dos preços das commodities. Em 2010, o preço do minério de ferro estava muito alto, até mais do que o petróleo. Então, esses municípios (com produção mineral) tiveram muita participação na geração do PIB do país por conta do preço do minério de ferro.”
Se para o minério de ferro, o mercado estava promissor, o mesmo não aconteceu com a soja. A economia brasileira é focada no preço das commodities, para o bem ou para o mal. Por exemplo, 2010 não foi um ano bom para a soja, o preço estava muito baixo. Municípios que são grandes produtores de soja perderam participação por conta exatamente dos preços. Aí influencia municípios que não são produtores, mas que têm na soja o insumo da cadeia de produção.”
Por outro lado, municípios que apostaram na produção de cana-de-açúcar, café e frutas foram bem-sucedidos. A variação do preço da cana-de-açúcar cresceu 10,8%. O café cresceu 20% em quantidade e 13% em preço. Em Minas Gerais ele é bianual, e 2010 foi ano de colheita. O do Espírito Santo colhe quase todo ano. O preço da laranja estava muito bom. Os municípios plantadores dessas culturas tiveram um ganho muito grande.
De acordo com a pesquisa, os baixos preços de soja colocaram Petrolina, município pernambucano situado às margens do Rio São Francisco e grande produtor de fruticultura irrigada, em situação especial no crescimento de renda. O município foi o maior produtor de uva, manga e goiaba em 2010, com preço bem alto.

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