segunda-feira, 23 de abril de 2012

"Adeus, Mulher-maravilha!"


Colunista Glênio Cabral
Ontem eu ouvi a conversa de duas meninas de seus 10, 11 anos de idade. Um trecho chamou minha atenção:  
- E aí, o que você quer ser?
- Quero ficar gostosona pra pegar uns caras ricos.    
 Céus.  
Quando eu era criança, nove entre dez meninas queriam ser como a Mulher-maravilha. É que a Mulher-maravilha reunia uma série de atributos desejados pelas mulheres da época. Ela era linda e sensual, mas de alguma forma não caía na vulgaridade. Também era inteligente e enfrentava os vilões muito mais com o cérebro do que com os músculos.
Ela também tinha fortes atributos morais. Sempre falava a verdade e tinha um laço mágico que estimulava as pessoas a serem sinceras também. Sensualidade, inteligência, sinceridade... esse era o desejo de consumo das meninas da época.
Mas hoje o negócio é ser da turma do “ão”. É ter peitão, ter bundão, ter pernão, ter coxão, ter bocão....e tome frutas e legumes goela abaixo.
Mulher melancia, mulher melão, mulher jaca, mulher fruta-pão, mulher-jambo, mulher-jacarandá, mulher-maçã, mulher-mamão, mulher-cenoura, mulher filé (sim, o açougue deu as caras também), e por aí vai. Pois é. As virtudes foram parar na horta. E pelo jeito no açougue também.
Acho que se hoje a Mulher-maravilha enfrentasse a Mulher-Melancia numa luta ela perderia feio. Primeiro, porque grande parte da torcida estaria com a melancia. E segundo porque, num golpe certeiro, a melancia asfixiaria a Mulher-maravilha prensado-a em suas nádegas super-desenvolvidas.
Seria a vitória da bunda sobre a elegância.
Céus. 

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