Nunca a Globo registrou uma audiência tão baixa quanto a de 2011. Ao mesmo tempo, o faturamento da emissora não para de subir. A disparidade, segundo pessoas do mercado ouvidas pelaFolha de S.Paulo, é culpa das próprias agências de publicidade, que se dispõem a aceitar práticas como o BV (bonificação por volume).
Ricardo Feltrin informa que a Globo fechou o ano passado com média diária de 16,3 pontos no Ibope da Grade São Paulo, onde cada um equivale a 58 mil domicílios. É a menor audiência da líder desde que o Brasil passou a contar com a aferição do instituto, tendo caído 1,2% em relação a 2010 (16,5 pontos), que já havia sido o pior.
Já segundo o Painel Nacional de Televisão, a emissora teve, até novembro, média de 17,8 pontos – neste caso, cada ponto equivale a 185 mil domicílios. Em 2007 o canal registrou 20,3 pontos. A diferença está no faturamento: há cinco anos, a receita foi de R$ 6,7 bilhões; a de 2011 deve chegar aos R$ 11 bilhões.
Ao reconhecer a queda de audiência, a Globo disse à Folha que “outros aparelhos”, como DVD e videogame, ficaram com os pontos perdidos. E que o faturamento anual deve saltar 9%, sendo que a publicidade responde por 70%. “Estamos comemorando que a TV aberta terá a maior participação no bolo publicitário dos últimos anos, 63%.” Ou seja: cai a audiência, sobem os valores.
Segundo a Globo, o brasileiro agora passa mais tempo em frente à TV e possui mais aparelhos em casa, por isso o canal “está cada vez mais forte na preferência dos brasileiros e também do mercado publicitário”. Além disso, as “vendas e de imagem e prestígio” seriam atributos importantes na casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário