O inquérito policial, produzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, concluiu que os policiais militares agiram em legítima defesa durante a ação da Polícia Militar (PM) no bairro do Cabula, no dia 6 de fevereiro, que acabou com a morte de 12 pessoas. A operação ocorreu na localidade conhecida como Vila Moisés.
De acordo com inquérito, os laudos cadavéricos não atestaram lesões típicas de tiro de encosto ou disparo à curta distância, o que não caracteriza lesões típicas de execução.
Segundo a nota divulgada pelo governo, outro aspecto que reforça a conclusão de que não houve execução foi a ação de socorro realizada pelos PMs aos feridos. Eles foram conduzidos para o Hospital Roberto Santos, unidade de saúde mais próxima do local.
Ainda de acordo com o comunicado, a perícia realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) constatou que os policias deram 143 tiros dos 870 possíveis, o que representa 16% da munição que dispunham. Também ficou constatado pela perícia que foram efetuados 57 tiros das armas apreendidas em poder dos suspeitos.
Ao longo do processo de investigação, foram produzidos 59 laudos periciais e mais de 80 pessoas foram ouvidas, incluindo moradoras da localidade. Ao final, a Polícia Civil chegou à conclusão de que a ocorrência foi, de fato, um confronto, sem qualquer evidência de ação abusiva da PM, informa o governo.
Ministério Público
Ministério Público
Para o promotor Davi Gallo, o resultado do inquérito da Polícia Civil não muda a decisão da Justiça de aceitar a denúncia apresentada pelo Ministério Público por homicídio qualificado contra nove policiais envolvidos no episódio ocorrido 6 de fevereiro.
"Os PMs já são acusados pelos 12 homicídios e respondem na Justiça. O inquérito da Polícia Civil só vai servir como peça de informação no processo", explica Gallo. Ele diz que ainda não recebeu o inquérito, mas teve a informação sobre a conclusão.
Versão da PM
Versão da PM
Segundo a PM, ao chegar ao local a guarnição encontrou seis homens de mochilas, o que despertou desconfiança. Na alegada perseguição, segundo a polícia, os suspeitos correram para um local onde estavam mais 30 homens, que teriam iniciado o tiroteio.
A PM diz que na ação foram apreendidos muitas armas de fogo, dois coletes balísticos, drogas e uniformes camuflados.
O caso
Doze pessoas foram mortas durante uma suposta troca de tiros com policiais das Rondas Especiais da Polícia da Militar (Rondesp), por volta das 2h40, no localidade conhecida como Vila Moisés.
Na ocasião, a polícia divulgou uma nota explicando que a guarnição foi enviada ao local e percebeu que os suspeitos estavam escondidos em uma baixada. Eles começaram a atirar contra os agentes, que revidaram. Da polícia, apenas um sargento foi atingido de raspão na cabeça.
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