Após a sessão, o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), disse que o depoimento de Barusco comprova que não há razão para incluir o governo FHC na investigação. "O depoimento reforça a ideia de que a CPI deve se focar no seu objeto. Ele deixou claro que recebeu propina entre 1997 e 2002 por uma iniciativa individual', afirmou.
Vaccari - O depoimento de Barusco comprova o envolvimento direto do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, no esquema de corrupção da Petrobras. Em acordo de delação premiada, o executivo já havia apresentado uma estimativa de Vaccari ter recebido de 150 a 200 milhões de dólares em propina entre 2003 e 2013.
Nos corredores da Petrobras, Vaccari era conhecido como um dos operadores da propina, ao lado dos empresários Mário Goes e Shinko Nakandakari. O tesoureiro, conforme detalhou Barusco nesta terça-feira, chegou a se encontrar com os diretores para negociar os pagamentos na própria estatal. "Vemos aí o tesoureiro do PT se reunindo com diretores para colher doações ao partido. É um verdadeiro assalto à Petrobras", afirmou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), durante a sessão.
Vaccari também pegou dinheiro do Gasene, uma rede de gasodutos construída entre o Rio de Janeiro e a Bahia. As obras foram questionadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). "Eu sei que a propina foi destinada a mim, ao Duque e à parte relativa ao PT. A gente sempre combinava esse tipo de assunto com o Vaccari. Ele era o responsável", disse o ex-gerente da Petrobras. O delator deixou claro que a participação de Vaccari não era por conta própria, mas sim em nome do partido. "O rótulo era PT", resumiu.
"Eu não sei quem deu procuração para o Vaccari atuar nas empreiteiras, mas o fato é que ele atuava. Os empresários todos o conheciam. Ele tinha interlocução com todos", afirmou Barusco. O executivo também disse que encontrava Vaccari e Duque normalmente no hotel Windsor Copacabana, no Rio de Janeiro, e no hotel Sofitel Sena Madureira e no Meliá em São Paulo.
Barusco detalhou ainda o clima de naturalidade na negociação de pagamento de propina: "Com os empresários, Vaccari e Duque, eram conversas negociais. Não houve extorsão nem constrangimento", afirmou. (Veja.com)
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