Negromonte é acusado de participar de uma quadrilha para receber propinas do esquema montado na Petrobras
Incluído na lista de investigados no Supremo Tribunal Federal por suspeita de participação no esquema de corrupção na Petrobras, o ex-ministro Mario Negromonte (PP-BA) afirmou que, sem a apresentação de provas, as denúncias feitas pelos delatores vão ''virar pó''. A afirmação de Negromonte, que atualmente é conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM), foi feita ao jornal Folha de São Paulo desta quarta-feira (11).
''Duas pessoas [o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef] que estão com cem anos de processo, são réus confessos, vão em delação e fazem afirmações, ilações, e não têm provas. Isso vai virar pó'', disse.
Para o ex-ministro do governo Dilma, o ônus da prova cabe aos delatores.
Negromonte é acusado de participar de uma quadrilha para receber propinas do esquema montado na estatal, conforme pedido de inquérito aceito pelo STF.
Na entrevista à Folha, Negromonte nega ter recebido dinheiro da dupla Costa e Youssef e diz ser alvo pelos cargos que ocupou. ''Sou mais citado pelo que fui do que pelo que fiz.'' Além de ministro das Cidades, Negromonte foi deputado federal até 2014 e líder da bancada do PP na Câmara. Hoje, ele é conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia.
Youssef disse em delação ser o operador do PP na diretoria de Abastecimento da Petrobras, então comandada por Paulo Roberto Costa. Segundo Youssef, recebia propina de empreiteiras para o ex-diretor. Uma parte do dinheiro desviado iria para o PP.
O esquema teria sido montado pelo ex-deputado José Janene e mantido após sua morte, em 2010. De acordo com o doleiro, Janene distribuía os recursos no PP, e líderes da legenda ''como Negromonte'', ficavam com a maior parte. O resto era dividido entre outros integrantes do PP.
Após a morte de Janene, Negromonte passou a comandar o grupo, segundo Youssef. Entregas de dinheiro teriam sido feitas no apartamento funcional que o ex-ministro tinha em Brasília e em sua casa, em Salvador (BA).
Negromonte nega o papel de interlocutor. ''De jeito nenhum. Vamos supor que eu fosse... Cadê telefonema? Cadê sociedade? Cadê dinheiro lá fora? Não tem nada.''
Depois que Janene morreu, segundo o ex-ministro, Youssef ficou sem interlocução no PP. ''Acho que ele quis vender o partido e não conseguiu. Usar os parlamentares, o ministro, o nome das pessoas para conseguir alguma coisa junto às empresas.'' (Andréia Sadi, Folha de São Paulo).
Nenhum comentário:
Postar um comentário