O governador Jaques Wagner (PT) conversou longamente esta semana com o presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer (SP). Trataram principalmente sobre a articulação política da presidente Dilma Rousseff no Congresso, cujas dificuldades estão cada dia mais evidentes, mas Wagner não deixou de, num determinado momento, abordar a situação do partido na Bahia. Há um convencimento no PT de que o PMDB, da forma como está, com sua divisão interna expressa por várias seções estaduais nesta campanha e sua rebeldia manifesta no Congresso, não contribui com a governabilidade. Na conversa com Wagner, o vice-presidente da República teria admitido a possibilidade de auxiliar no enquadramento de lideranças partidárias que não têm ajudado no relacionamento entre os peemedebistas, o PT e o governo. Um dos nomes citados diretamente foi o do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que desde o ano passado, quando se desligou de uma diretoria da Caixa, passou a fazer oposição aberta também a Dilma, já que é adversário do governo estadual desde a sucessão passada, quando disputou a eleição com Wagner.
Quando vazou no PT que Wagner conversara com Temer também sobre o PMDB baiano, rapidamente espalhou-se a especulação de que ele poderia querer tomar o partido das mãos de Geddel. Sem dizer que sim nem que não, um interlocutor que também esteve com o governador da Bahia esta semana disse que Wagner defende a tese de que o governo precisar definir seus parceiros com clareza de forma a garantir a paz neste final de mandato presidencial e no novo governo. Ele também considera que é preciso deixar claro quem é oposição e quem está com a presidente. E quanto a Geddel? Pelos planos atuais, abordados com Temer, seria isolado na legenda.
Em outras palavras, não está descartada uma ofensiva governista sobre o PMDB baiano que retire o controle do partido das mãos de seu atual presidente, no qual Wagner não tem interesse em se aliar de novo. Tudo em benefício de um novo padrão de relacionamento entre a sigla e os governos federal e estadual. A mesma fonte disse que Wagner já teria apresentado um nome a Temer que poderia assumir o partido na Bahia no lugar de Geddel. Ele afirmou que preferia não antecipar quem seria o quadro, mas deixou escapar que pode ser um deputado que não se reelegeu. Os boatos de que o PMDB baiano pode cair no colo do governo estariam na base de uma possível movimentação do DEM da Bahia no sentido de promover uma fusão nacional com a legenda. Assim, impediria a tomada da agremiação pelo PT e criaria condições para que o prefeito ACM Neto (PMDB), no novo partido, se relacionasse de forma altiva com os governos federal e estadual. Fonte: Tribuna da Bahia.
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