Empresário relatou também como se davam os encontros com o doleiro
O sócio-diretor da empresa Sanko-Sider, Marcio Andrade Bonilho, admitiu que realizou pagamentos ao doleiro Alberto Youssef, pivô da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Logo no início de seu depoimento, Bonilho afirmou ter pago R$ 33 milhões referentes a comissões pelo intermédio de contratos com construtoras. Porém, no decorrer do depoimento, o sócio da Sanko-Sider aumentou esse valor para R$ 37 milhões.
Bonilho não soube também explicar com clareza sua relação com Youssef. Ele disse que conhecia o doleiro há quatro anos, mas que não tinha conhecimento do histórico de Youssef, que chegou a ser condenado a sete anos de prisão pelo envolvimento do caso Banestado. O executivo afirmou que seu desconhecimento é devido sua falta de leitura dos jornais policiais. “Cada indivíduo tem o seu mundo. Eu leio muitas revistas de negócios, mas não leio jornais policiais. Eu não conhecia o passado, não entrei no Google para checar o nome dele”.
O empresário ainda afirmou que apesar de exigir o recebimento de notas fiscais pelos serviços prestados à Youssef, o doleiro teria pedido que a empresa fizesse uma cessão de crédito à MO Consultoria e à GFD. A investigação da Polícia Federal confirmou que as duas empresas eram, na verdade, de fachada.
Durante o depoimento, o empresário relatou como se davam os encontros com Youssef. Ele aguardava em uma recepção vazia quando chegava ao escritório. Ele ficava por lá até que uma secretária o levava para a sala de reuniões, onde ele ficava sozinho novamente até o encontro com o doleiro. “A gente tratava pragmaticamente do assunto. Se fizesse uma pergunta, ele era áspero”, afirmou. “Hoje eu vejo pela imprensa um Youssef bem diferente do que conheci”, disse o executivo.
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