domingo, 24 de agosto de 2014
Petrobras, e declaração premiada
A decisão do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, de fugir de uma pena elevada em troca da delação premiada, decisão por ele tomada nesta sexta feira, balança a república petista e espalha óleo na pista, colocando diretores da Petrobras e lá quem seja de orelhas em pé. O que poderá revelar ameaça um terremoto neste um mês e meio de campanha eleitoral que ainda resta. Poderá se refletir na campanha de Dilma Rousseff. Não é só ele. Também, o doleiro Alberto Youssef que, posto contra as grades, mais do que contra a parede, promete também seguir pela mesma trilha e optar pela delação premiada para ter uma condenação menor. Os dois se entrelaçam se diversificam e se completam. Ao mesmo tempo, trabalhavam na mesma área e, também, em cenários diferentes. Se um pode escancarar a corrupção, se é que houve, na Petrobras, a partir de propinas recebidas em troca de vantagens, o outro, Youssef, mergulhou na estatal, mas, de igual modo, atuou em outras áreas, realizando imersão na política tendo contactos com parlamentares diversos, situados, possivelmente, nas duas casas que formam o Congresso Nacional. Além, é claro, também, no Executivo. Paulo Roberto Costa sentiu a corda apertar no seu pescoço quando, na sexta fase da operação Lava a Jato. Sua família entrou na roda, principalmente genros e filhas, que atuavam ao seu lado. Foi o momento que tremeu nas pernas e chamou uma advogada especialista em delação premiada, disposto a abrir o bico e ampliar o jogo. A república dos corruptos balança e estremece. Ninguém sabe o que poderá trazer à tona e até que ponto a delação, se de fato houver, poderá penetrar na campanha petista e complicar o final da campanha. Não é só. Sente-se cheiro de óleo corrupto que brota de setores da Petrobras, quiçá da sua diretoria, e das empreiteiras que com ela negociavam com a cumplicidade de políticos, como sempre acontece.
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