O sindicato internacional de jogadores de futebol tenta há anos fazer com que o uso da maconha deixe de ser considerado doping. Agora que a erva tem sido liberada em várias partes do mundo, os jogadores acreditam que a proibição esteja com os dias contados. “Quando você vê que outras sociedades não penalizam o uso dessa substância sem nenhum efeito ruim no padrão de vida dessas sociedades, é sábio reconsiderar [a proibição]", afirmou o advogado holandês Wil van Megen, diretor do departamento legal do sindicato, que atende pela sigla FIFPro. O principal argumento é que a maconha não deveria ser considerada doping porque ela não melhora a performance esportiva do atleta. O advogado continua: "Em muitas sociedades, ela [a maconha] é usada por gente jovem e jogadores de futebol pertencem a essa parte da sociedade. Os regulamentos antidoping estão aí para um esporte justo e não para [fazer] julgamentos morais". A Wada (agência mundial antidoping) já começou a afrouxar o cerco à erva. No meio do ano passado, a agência aumentou o limite tolerável de THC para 150 nanogramas (um nanograma é um bilionésimo de grama, ou seja 0,000000001g) por mililitro de sangue, o que na prática impede que um atleta fume maconha no dia da competição, mas não antes dela. O limite tolerável foi aumentado em dez vezes, e a agência, que diz estar sempre monitorando novas descobertas sobre substâncias proibidas, não descartou esticá-lo ainda mais. Uma revisão na lista deve ser feita no ano que vem.
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