Brasília- Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff divulgar uma nota oficial para justificar seu voto, no conselho de administração da Petrobras, sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, alegando que se posicionou favoravelmente em razão de um parecer "falho" e "omisso" elaborado pela estatal, os jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo recorreram a fontes anônimas para contestar a presidente. A partir de declarações em "off" de supostos executivos da Petrobras, os dois jornais passaram a assegurar que Dilma tinha acesso a todas as condições contratuais.
Ontem mesmo, o empresário Jorge Gerdau, barão do aço e também membro do conselho de administração da Petrobras àquela época, também divulgou uma posição muito parecida com a da presidente Dilma.
Nesta sexta, porém, a Folha de S. Paulo recorre novamente ao "off". Desta vez, para intrigar a presidente com seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a Folha, Lula teria dito a interlocutores, em conversas reservadas, que Dilma deu um "tiro no pé", com a nota divulgada pelo Palácio do Planalto, importando uma crise antes restrita à Petrobras para o seu colo.
"Na avaliação de Lula, Dilma agiu por impulso, na tentativa de tirar o foco das investigações do negócio sobre ela, temendo desgaste político em ano eleitoral. O efeito, contudo, foi o inverso. Acabou virando, em sua opinião, um "tiro no pé", porque trouxe para o Planalto uma crise que, até então, estava dentro da Petrobras.
Entre lulistas, a avaliação é que a nota de Dilma foi ''desastrosa'' e abriu um “flanco de ataque’’ para a oposição”. "Presidente não pode passar imagem de desleixo administrativo, ela colocou no colo dela uma crise", diz um interlocutor de Lula. Petistas ouvidos pela Folha veem ainda uma ''chance concreta'' do coro "volta, Lula" a depender dos desdobramentos do caso."
Lula, portanto, não fala na matéria. Será que a versão do "tiro no pé" não interessa justamente aos que lutam nos bastidores por sua volta já em 2014
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