Foto: Bahia Notícias
Autor do projeto de lei que proíbe o sacrifício de animais em
rituais de candomblé, o vereador de Salvador Marcell Moraes (PV) se diz
defensor da liberdade religiosa e considera a prática uma questão
cultural. “Não quero mexer na questão religiosa, só acho que cultura não
pode ser tortura. Todo mundo achava bonito criar passarinho em gaiola,
animais de circo e galos de briga. Há a tendência de mudança. Daqui a 20
ou 30 anos, a ausência dos sacrifícios será uma coisa comum”, alegou o
político em entrevista ao Bahia Notícias. Moraes pontuou que a proposta
não quer a extinção de rituais ou oferendas, mas sugere a substituição
da oferta de animais sacrificados por plantas ou folha. “Os orixás são
entidades boas e todos nós sabemos que matança de animal não é uma coisa
boa. Eles vão entender”, opinou. Ele lembrou ainda a presença de
crianças durante os sacrifícios. “Quando a criança assiste, ela pode
achar aquilo comum e amanhã ou depois maltratar animais”, declarou, ao
equiparar a morte de bichos durante os rituais à “tortura” em gaiolas,
vaquejadas e pet shops. "Fui eleito protetor dos animais. Isso não é uma
briga religiosa", acredita. Questionado sobre a utilização de carne na
alimentação, Moraes avaliou que a sociedade ainda não está preparada
para tanto. “Futuramente, daqui a uns 10 anos, quero apresentar um
projeto que proíba comer carne”, vislumbrou.
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